domingo, 6 de abril de 2008

Cada amor com seu valor

Mais um relacionamento fracassado. Ontem, meu namoro chegou ao fim.
A análise do convívio e interação de duas pessoas que resolvem ficar juntas é um estudo sem muitas provas e um assunto do qual muitos se acham peritos mas a verdade é única: ninguém sabe muita coisa. Bem... e eventualmente, muitos dos que dizem saber, sabem menos que pouco, sabem nada.
Sentimentos, sejam eles quais forem, são irracionais. Porém, a maioria deles têm uma explicação racional aceitável que é fria e ignoramos para não nos sentirmos tão humanos como somos.
Um sentimento que chama a atenção desde muito tempo atrás, é uma generalização de um sentimento egoísta denominado "amor".
Eu preciso falar da mídia novamente porque a maior ilusão que ela passa é, sem dúvida, a do estereótipo do amor. Qual novela de hoje não tem, no mínimo, dois romancezinhos? Qual música da atual cultura de massa não fala de amor, traição e afins? E o amor se desenrola pelos livros, revistas, propagandas e etc..

Mas o que é o amor? Há os que dizem que não acreditam, mas esses que o dizem nunca pararam para definir suas idéias. É óbvio que o amor hipnótico que a mídia nos passa é uma fantasia mas eu posso nomear um sentimento como "amor". Sentimentos são muito complexos para serem rotulados mas há a necessidade de definição e generalização para tudo em nossas mentes. Eu tenho meu próprio paradigma do amor que não é tão belo e poético quanto o amor ilusório que conhecemos mas é, por sua vez, mais claro. Claro, mas não simples. Defini várias etapas, vários processos pelo qual um sentimento ou vários passam antes de virar amor. A matéria-prima pode ser amizade, atração física ou uma atração inexplicável à primeira vista (que não é "amor à primeira vista"); uma das etapas imutáveis é o processo de convivência, se não houve convivência, pode haver um sentimento anterior mas não o amor. Bem, existe uma definição muito maior para tudo isso, mas daria um belo livro. Sintetizei aqui para melhor entendimento.

Que necessidade é essa de se ter alguém por perto? Somos sociáveis, precisamos de pessoas por perto e de uma pessoa ainda mais perto, aquela que dizemos ser especial. A pessoa especial compartilhará de nossas idéias e iremos fazer coisas particulares; abraços, beijos e sexo, isso é tudo muito bom. Sabemos, então, que precisamos de alguém.
Agora que sabemos que precisamos de alguém, da onde vem o interesse, a atração? Nós somos apenas um amontoado de influências. Influências de nossos pais, nossa cultura, nossos amigos e etc. Dependendo de quais são as influências, será definida uma personalidade a nós. Pessoas que receberam influencias parecidas e que, se diz, terem personalidades parecidas, têm tendência a se atraírem um pelo outro, mesmo que alguns detalhes sejam veementemente contrastantes, fato que leva à analogia do eletromagnetismo: os opostos se atraem.
É extremamente complicado generalizar o que causa uma atração tendo como único exemplo, eu mesmo. Eu mal sei definir o que me atrai em uma garota, mas posso tentar. É claro que beleza superficial conta! Antes de tudo, sou um apreciador da beleza feminina assim como sou de outras formas de beleza. Admiro a estética feminina tanto quanto admiro um pôr-do-sol, uma paisagem e etc. São diferentes tipos de beleza, mas ainda sim, belezas. Bem, uma vez que a beleza exterior seja tão importante, friso que o comportamento da pessoa reflete, por incrível que pareça, em sua beleza exterior, isto é, a beleza interior reflete na exterior. Isso não é um clichê, é verdade! Pode parecer absurdo, mas eu enxergo a pessoa mais bonita quando gosto dela e isso se faz verdade para amigas, conhecidas, namoradas...
Ah! O que me atrai... Bem, ainda na estética, sou apaixonado por bochechas macias. Já na personalidade, gosto de garotas misteriosas e garotas que me surpreendam. Se eu tenho um conceito banal sobre a garota e ela chega e muda totalmente a idéia fazendo sua imagem subir demais, me atraio imediatamente. Aquelas que vejo um rastro de raciocínio, que estão (mesmo que só um pouco) ímpares à toda futilidade da sociedade, me atraem. Fazendo uma comparação com a atual sociedade londrinense, o que me atrai aqui, são aquelas que mostram raciocínio diante de coisas como amizade, educação e moral. Aquelas que não gostam de massificações (mesmo que elas não façam idéia disso) como funk e sertanejo ou estopins da burrice como boates noturnas.
Quem pensa nisso, é paranóico. Eu sou paranóico num conceito geral. Isso porque a maioria, a massa, é fútil e comandada por uma onda inerte de burrice que além de os proibirem de pensar, ainda os obriga a taxar os que insistem em pensar. Odeio esse ideal onde a estética vale mais que o caráter e isso está cada vez mais claro e é por isso que não sou muito "namorador". Eu não ando com tênis da moda; não me visto com Nike ou Everlast; não tenho calças que custem mais que 60 reais; não fumo arguile (essa nova modinha) e nem sigo qualquer tipo de tendência como essa; não assisto televisão; não me deixo ser controlado; discuto quando há algo errado; não sento e me conformo com a situação; brigo até expor todo ou quase todo o meu ponto de vista. Ou seja, sou um chato. Eu nasci num lugar e numa época (não sei qual influenciou mais) onde os valores eram outros. Eu cresci com ideais de justiça, moral, caráter, fidelidade. Fui, ao longo do tempo, moldando toda a minha personalidade na idéia de ser o melhor possível. Moldei meu caráter, minha fidelidade, meu respeito, meu senso crítico e minha inteligência. Moldei tudo isso para parar aqui, onde os valores são outros. Para parar na opressão da futilidade. Aqui, meus valores são descartados porque não adianta em nada ser um cara respeitoso, legal, fiel e com caráter se, no meu pé, calço uma bota de 40 reais e uma camiseta que comprei na promoção da C&A. Estéticamente, não sou feio nem bonito, sou apresentável, porém a diferença está nos valores. Não dou muito valor à roupas e em muito do material. Um carro, um tênis, um relógio... podem chamar até à minha atenção mas não se comparam ao valor interno, ao caráter e tudo mais que já citei. Houve uma mudança de valores muito grande e eu fiquei para trás porque sou orgulhoso demais para destruir meus valores absolutos e trocá-los pelos valores atuais somente para me socializar melhor. O orgulhoso fica sozinho, pelo menos até encontrar alguém que valoriza o mesmo que ele. Espero que o mundo não esteja assim tão perdido.



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Now playing: Epica - The Last Crusade (A New Age Dawns Part 1)

3 comentários:

Lika disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Lika disse...

se mantenha firme, se é algo que realmente te orgulha.
cada um é responsável pelas coisas q escolhe, e apesar de vc ter se fudido mais por causa das suas, é o preço q se paga por ser diferente, mas não medíocre.

Midori disse...

Olá Bruno!

Então os valores hoje, ainda, são questões de escolha para muitos (se não for para todos), só que são perdidos por questão de popularidade e modinhas. Mas porque eu falo isso? Porque todos qdo pensam em se casarem construirem uma familia escolhem pessoas de conduta próxima a perfeição. Então, no mundo ainda tem pessoas que tem convicções proximas a que vc tem e/ou procura...

Bjocas e te