domingo, 30 de novembro de 2008

Mônica em mangá

Dê uma olhadinha rápida na banca mais próxima de sua casa e vai encontrar a nova e surpreendente transformação da turma do Limoeiro: Turma da Mônica versão mangá. Para você que não entende bosta nenhuma, deixo claro: isso não é mangá! Mangá não é simplesmente a tradução japonesa de "quadrinhos", assim como Maurício de Souza deixa parecer nas primeiras páginas do volume zero de sua nova porcaria. Os mangás são criados em preto-e-branco (ou escala de cinza) com intenções, não simplesmente por economia de dinheiro ou preguiça de pintar, pois o japonês pode ser bizarro e o diabo a quatro, mas preguiçoso não é. A idéia de movimentação rápida, câmeras bem distribuídas e personagens super-expressivos são pioneiras do mangá, lá da época do Osamu Tesuka. Tudo isso, aliado a quadros monocromáticos, dificultam a compreensão rápida da cena, forçando os menos acostumados a ficarem muito tempo numa única cena para compreendê-la. E esse é o grande lance do preto-e-branco, te fazer raciocinar! Há certos mangakás (desenhistas de mangá) que abusam dos traços de movimentação e fazem com que até os leitores mais avançados se percam esporadicamente, assim como eu ficava constantemente boiando em algumas cenas do, recentemente findado na edição brasileira, Angel Sanctuary, da autora Kaori Yuki.
Todos esses elementos do mangá, NÃO são encontrados nessa nova Mônica. Continua o mesmo gibi com imagens chapadas, sem aspecto de movimentação, como fotogramas, mas, dessa vez, em preto-e-branco. Da maneira que funciona a cabeça do Maurício de Souza, imagens paradas e socadas umas na frente das outras como stop-motion. Mudaram o traço? Quase nada. A Mônica é o que todos já esperavam de sua imagem crescida, uma vez tendo lido a Tina. Jogaram os olhos "mangá-like" que qualquer aspirante a desenhista de mangá sabe fazer, inclusive aqueles que fazem cursos na K2, achando que serão grandes quadrinistas, e, mesmo assim, ele não teve a coragem de esticar direito aqueles olhos à nivel de quadrinho japonês mesmo, que é bem exagerado.
Basicamente, o Maurício está fazendo uma adaptação técnica do "seu estilo" para o mangá. As aspas se devem ao fato de que, caso não saibam, o titio Maurício não desenha merda nenhuma. O que ele desenha são aqueles personagens puxados e bizonhamente retorcidos de mil novecentos e sessenta/setenta e tantos. Os méritos da turma atual são do Aluir Amâncio, o desenhista que deixou a Mônica fofinha.

Além de tudo, ele ajuda na estereotipação do japonês e seu país, socando o gibi de apetrechos eletrônicos como se o Japão fosse um paraíso hi-tech e nada mais. Provavelmente, ele seja assim mesmo na mente pequena desse espírita ambicioso e sem nenhum senso de mercado que é Maurício de Souza. Exemplificando seu fracasso de planejamento, ele vendeu 45.000 exemplares na Bienal do Livro e precisou ser feita uma nova tiragem para as bancas. Isso é extraordinário, o cara faturou uma grana preta (multiplique o total pelo preço unitário e subtraia uns 30% da editora), mas nas bancas, o negócio tá indo bem devagar. Falta de planejamento! A mesma lorota do ordinário do Cassaro que parou com o quadrinho do Holy Avenger e especulou uma animação que não saiu de uns míseros testes porcos que ainda devem rolar pelo YouTube. Na banca, a concorrência é forte. Acabou a novidade e se está ao lado de gigantes da molecada trouxa como o Naruto. Sem contar os otakus-burros que compram Naruto porque são otakus-burros, vamos falar da molecada nova. Essa molecada que assiste Naruto no Cartoon Network e na TV aberta. É um público tão grande, ou talvez maior, do que os otakus que esquecerem de amadurecer e continuam lendo Naruto, Sakura e Mônica e vão a eventos de anime para mostrarem livremente toda o seu atraso mental, travestidos de cosplays.
Deixando minha raiva de otakus de lado, voltemos à imparcialidade. O fato é que Naruto passa na TV. É sabido que a animação eleva o mangá e vice-versa. A falta de planejamento do Maurício e sua equipe fizeram com que a animação da Mônica em mangá só saia ano que vem. A coisa mal ta pronta! Ano que vem sai esse lixo e todo mundo já se esqueceu. E a molecada continuará lendo e vendo seu Narutinho.
Outra putaria que deveria ser frisada é a farsa do mascote da imigração. Imagine a quantidade de desenhistas-amadores que mandaram seus mascotes para o concurso, acreditando na oportunidade, alimentando um sonho (bem besta, se tratando do Brasil), para, no final, o vencedor ser ninguém menos que Maurício de Souza. Vá para o diabo! A gurizada sonhando e foram todos sapateados pela corrupção do universo dos quadrinhos nacionais, onde o deus é o Maurício de Souza.


Isso tudo é um paradoxo. Podemos pensar que o Maurício deu um tiro no próprio pé, abrindo espaço para a cultura do mangá. O leitor infantil, agora com o interesse despertado, tem acesso à internet o tempo todo. Dois palitos para caçar títulos muito melhores na internet mas também, como a coisa não tem limite, achar toda a putaria de lolicon e essas merdas insanas que só são engolidas por japoneses problemáticos ou por otakus muito, mas MUITO estúpidos. É interessante essa mistura de culturas, mas vamos trazer do Japão só o que tem de bom, por favor. Já chega de toda merda que acabou escapando pelo buraquinho e veio parar na mente despreparada do brasileiro, criando o otaku-nacional a quem estou submetido a ver em cada evento cultural que vou, talvez ainda acreditando que há um futuro para o quadrinho nacional e para o fã brasileiro de quadrinhos. Não consigo enxergar uma maneira para ampliar o discernimento lógico do leitor nacional. A cada coisa boa que aparece, milhões de coisas ruins vêm juntos e me parece que o brasileiro só consegue absorver as ruins. Já tem até show de Visual Kei no Brasil. Estamos caminhando ao inferno.

Se você é desenhista e está lendo esse post, aproveite a oportunidade que o Maurício abriu na mente dos leitores infantil e infanto-juvenil, e lance seu quadrinho, corra atrás. Mas, pelo amor da sua mãe, tenha idéias! Não copie! Chega de fanzineiro que desenha samurai para os garotos ou a colegial bonitinha para as garotas. Chega dessa merda! Viva a realidade de seu país, seu inútil.

Fica a dica.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Ilhado pela incompetência

Semana passada, o Mercado Livre suspendeu meu cadastro e me enviou um email explicativo dizendo o seguinte:

Olá IN.GAME

Seu cadastro foi cancelado e automaticamente todas as suas negociações ativas foram canceladas.

Atenciosamente,

MercadoLivre.

Eu tinha acabado de acordar e não tava entendo o motivo de tantas mensagens na minha caixa de entrada até ler esse email. Tratavam-se de emails do cancelamento de cada produto que eu tinha anunciado, alguns de clientes que solicitaram devolução do dinheiro e outros emails diretos de clintes pedindo satisfações. O que acontece é que essa digníssima instituição chamada Mercado Livre, se ve no direito de suspender cadastros a torto e à direita sem ao menos ponderar os gastos de um vendedor. Enviaram um email para cada cliente com negociação aberta comigo com a sugestão de não prosseguir com a negociação comigo pois meu cadastro estava sob investigação. Pronto! Um simples email deturpa uma imagem. Dois palitos para metade dos clientes solicitarem o dinheiro de volta, o dinheiro retido no Mercado Pago. Ok, eu posso recusar a solicitação e teremos mais um prazo para entramos de acordo, e tenho certeza que o comprador entenderá pois já enviei vários produtos que estão para chegar. Errado! Sem acesso à minha conta, não posso recusar a solicitação de retirada de dinheiro dos compradores. Após um certo prazo, usa-se da idéia do "quem cala, consente" e o dinheiro volta ao comprador. Não entendeu nada porque você nunca vendeu ou comprou pelo Mercado Livre? Bem resumidamente, o Mercado Livre cortou minha conta sem motivos e está deixando com que vários dos meus clientes levem produtos sem pagar nada. O meu prejuízo está beirando os mil reais brutos. Mil reais porque não contei as negociações que aguardavam recepção, isso daria mais uns três mil reais. E, ainda, a imagem suja que o Mercado Livre pintou de mim, renderá um prejuízo incalculável.

Essa instituição que muda constantemente o endereço físico e telefone para não serem achados por ninguém, ficou mais de uma semana com o site 'travado'. Após isso, como compensação ao imenso prejuízo causado a milhares de vendedores, deram três míseros dias de anúncio grátis como se isso cobrisse 1/10 da merda que fizeram. Agora, se sentem capazes de suspender o cadastro de um usuário em dia com os pagamentos e normas sem, ao menos, dar uma explicação. Mandei um email aos vagabundos e eles me deram o prazo de três dias úteis para resposta. Espero que a resposta também seja útil. Mas, enquanto isso, o tempo passa e os meus prazos acabam. Quanto mais tempo passa, maior meu prejuízo. Caso eu não recupere cada centavo perdido nessa brincadeira de gente incompetente, entrarei com uma ação de perdas e danos contra o Mercado Livre. Será possível que tenho que viver rodeado de incompetentes e anti-profissionais?!
Falando nisso, eu que pensei que tinha me livrado do Sesi, estava enganado. Há mais de três meses, quando saí daquela coisa e fui para o Pontual, havia uma certa papelada a ser devidamente acertada. A minha parte já está completa com o Colégio Pontual, entretanto, aguardo o meu histórico escolar do ensino médio, que está em posse da instituição Sesi. Esse documento tinha um prazo de, no máximo, dois meses para ser transferido de colégio para colégio. Mas lá, a coisa não anda, se arrasta. Eu não duvido nada que, naquele colégio onde marcam uma viagem para a praia no dia do vestibular da Federal do Paraná, estejam atrasando o meu lado. Sem esse documento, minhas médias não fecham; meu boletim não sai; minha recuperação fica incalculável e, por fim, não passo de ano. Acabo de saber que passei em primeiro lugar da minha sala na Unifil, logo, ganhei bolsa integral para o curso todo de Ciência da Computação. Caso eu não passe na UEL, obviamente aproveitarei essa oportunidade. Contudo, certamente há alguém que quer bloquear meu progresso ou, então, simplesmente não quer trabalhar, já que isso é praxe de certas pessoas.

Hoje, irei ao Sesi. Perder meu tempo que poderia estar estudando ou trabalhando. Essa é minha vida: além de cuidar das minhas preocupações, tenho que ficar de olho para ver se os outros estão fazendo tudo certinho, pois, eles cagam, e quando cagam, eu que tenho que limpar.

Cresçam.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

O infortúnio das escolhas


Já dizia alguém que não me lembro quem: somos vítimas de nossas escolhas. Percebe quanto sofremos por escolhas mal-feitas? Culpamos meio-mundo mas temos que aprender a acostumarmo-nos com nossas escolhas mal-sucedidas. O mundo está cheio de gente oportunista que te levará a uma escolha terrível. Maduro é aquele que consegue passar por isso, dando a volta por cima.
Sou o cara de escolhas miseráveis. Tenho um talento nato para optar pela pior escolha, mesmo que ela seja uma em cem. Se eu contasse metade delas detalhadamente, muitos achariam que sou um mentiroso ou que me passo por coitado. Dentre minhas piores escolhas, estão as relacionadas a rumos letivos. Estudei num colégio bom em Ourinhos, sempre fui o melhor aluno e blablabla (pularei a parte infla-ego). Uma criança nerd que adorava ser chamada de inteligente e se achava o melhor com todas as brincadeirinhas que faziam a respeito de suas notas altas. Como os professores eram deuses para mim, suas palavras eram mais que ordem. Por causa disso, tive minha primeira escolha desastrosa: resolvi fazer ensino médio no colégio técnico, um colégio de Ourinhos que mantinha boa fama por, apesar de ser gratuito, exigir um bom resultado numa prova para ser admitido. Como um vestibular, x candidatos para y vagas.
Passaria dias relatando a imundice daquele colégio e ainda tive o azar de cair bem no ano que os professores fizeram uma greve salarial. Repeti aquele ano por faltas. Não queria passar um ano sem ter aprendido nada. Esse ano foi terrível para mim pois, devido à outras escolhas ruins, desanimei dos estudos. Bem, estou contando demais sobre minha vida e isso não é bem um diário...

Voltando ao foco, uma das minhas últimas escolhas erradas foi o Colégio Sesi. Desesperado em sair da rede pública, optei pelo primeiro barateiro que encontrei. Associei o nome SESI com o mesmo que estudei em Ourinhos, mas o sistema do estado do Paraná é outro e, eu deveria ter previsto isso, os admistradores locais também são outros. O nome não era nada...

Por falta de condições financeiras, cometi o mesmo erro do colégio técnico de Ourinhos. Atrasei quase dois anos da minha vida letiva num pandemônio inenarrável. Atualmente, o Colégio Sesi não aderiu à uma chance que a Unifil ofereceu a todos os colégios de ensino médio de Londrina. Oportunidades de bolsas integrais e parciais para os melhores alunos de cada colégio! A Unifil, apesar do preconceito em relação às instituições privadas de ensino superior, tem alto conceito e é, sem dúvida, uma boa universidade. Mas não aderiu por quê? Aparentemente, coincidiu com a data de uma viagem para a praia. Basicamente, trocaram uma oportunidade rara de estudo firme por areia e sal (e um pouco de putaria, quem sabe?!...). Eu sei que prometi a mim mesmo que subiria, de joelhos, as escadas rolantes que descem do Shopping Royal Plaza, caso alguém da minha ex-sala, passe em algum curso da UEL que seja mais concorrido que 20 por 1. Sim, exemplifiquei toda a minha descrença. Mas um colégio não deveria pensar assim. Se são descrentes em relação aos alunos, deveriam se esforçar para melhorarem a situação. Entretanto, por certo, isso não passa na cabeça de muitos dalí. Me lembro como muitos se gabavam dos seus títulos de mestrado e sei lá mais que diabo, mas tenho certeza que se montassem suas próprias instituições, não saberiam organizar nem mesmo os livros em suas estantes. Uma boa parte dos grandes, se rói de raiva de mim mas tentam não demonstrar porque sabem que o ato de ignorar é mais sábio. Mas é apenas fingimento e, por muitas vezes, mal-sucedido.

Insituições como essa, acabam com a esperança no jovem brasileiro. Incompetência, desonestidade, trapaça, vingança, birra, e inúmeros outros adjetivos que não deveriam fazer parte de um corpo docente e administrativo. Sinto que alguém deveria mudar toda essa lambança, mas me acho um palhaço em esperar que caia do céu. Posso ter armas letais um dia, mas hoje, infelizmente, sou inofensivo. O que está nas minhas mãos, estou fazendo: estudar.

Estaria confiante de passar na UEL ou em outro vestibular, mesmo de exatas, se eu tivesse simplesmente escolhido o Pontual no lugar do Sesi, daquela vez... Tento aproveitar o máximo da união de incríveis professores que tenho atualmente, mas é claro que entrei no caminho certo um tanto quanto atrasado. Só que não importa! É hora de mostrar a minha maturidade, já que eu divulgo que tenho. Hora de parar de culpar aos outros, assumir meus erros e lutar, mesmo que sozinho, contra toda a sujeira da educação nesse país.


Aí vem UEl.
Sinto muito em ter que carecer de um "boa sorte".


Abraço a todos.