quinta-feira, 29 de novembro de 2007

O enigma do ensino

Música do dia: Therion - O Fortuna

Há tempos fujo de questões políticas, sociais, econômicas, enfim, dessas problemáticas complicadíssimas que têm nível de complexidade veemente.
Acontece que quanto mais tento me esconder, mais elas me perseguem. Eu havia decidido parar de criar rugas por problemas deste tipo; me contentar em ser mais um que dá de ombros para essa "dor-de-cabeça" toda. Infelizmente, as coisas nem sempre são como queremos.
Tenho interesse nos assuntos mas encontrar métodos que solucionem esses problemas, é um desafio imenso que causa um desespero que é, muitas vezes, em vão.
Bom, irei assumir novamente a alcunha de "meio-termista" e tentarei dar pouca atenção a isso (meu envelhecimento precoce agradece) ao mesmo tempo que leio e me informo sobre.

Dias atrás, estava lendo a revista Veja da semana passada e me interessei por uma reportagem com um professor, CEO da Secretaria de Educação de Nova York, que falava sobre a reforma no ensino. Aliado a alguns poucos conhecimentos que possuía sobre o assunto dentro do Brasil, quis saber mais e andei lendo algumas coisas a respeito, com destaque à Lei 9493-96 decretada no governo FHC das diretrizes e bases da educação nacional e 40 páginas interessantíssimas sobre uma pesquisa feita pela professora e pedagoga Adelacyr Galassi, sobre a metodologia no magistério do ensino médio.
A educação sempre foi a base de grande parte dos problemas no mundo, a peça-chave para o desenvolvimento e evolução humana. Um tema que não preocupa a todos da maneira que merece, exatamente pela precariedade da mesma, isto é, a falta de preocupação de alguém com a educação deve-se pela falta da educação na pessoa.

Por que depois de quase 11 anos de lei vigente, não são cumpridos todos os parágrafos dos artigos com excelência? Bem, é sabido que isso acontece com muitas leis nacionais, de fato. Mas a educação deveria ser uma prioridade, responsável por grandes investimentos. Mas falarei do investimento mais tarde, agora falarei da nova educação.

Já citou Nadelstern, "temos uma escola de século XXI com cara do século XIX". Ele se direciona ao estudo público dos Estados Unidos mas a situação daqui está nos mesmos parâmetros, mas ainda pior por falta de incentivo do governo. A melhoria, segundo Nadelstern, tem base em vários aspectos, como por exemplo, a meritocracia - "Para fazer de uma escola um exemplo de excelência, é preciso dar incentivos concretos a quem trabalha nela, tal qual em qualquer empresa". Concordo. Prêmios aos melhores diretores, professores e alunos incentivariam o desempenho de todos. Prêmios em dinheiro mesmo.. competição! Isso é conceito fundamental da sociedade e ainda é visto como irregularidade dentro das áreas de ensino. Por que não preparar o aluno dentro da escola para uma realidade tão verdadeira?!
Substituição do ensino massivo e "decoreba", a qual denomino ensino quadrado, por aulas dinâmicas dadas por professores atualizados e firmes no que fazem.
Outro ideal é fragmentar os grandes colégios em mais colégios de terreno menor. Salas com menos alunos, escolas com menos alunos. O princípio de toda essa mudança é que, atualmente, os pais andam alheios ao que acontece dentro da escola, sua participação é cada vez menor. Há também o mal de ensinar para uma sala lotada que impossibilita uma atenção mais cautelosa a problemas particulares de cada aluno.
Em NY, o ensino antiqüado está sendo finalmente repensado para o aluno do futuro; não aquele que decore, mas aquele que entenda e interprete, aquele que seja capacitado para enfrentar desafios, que tenha sua própria opinião.

Agora vamos tratar do Brasil.
Preocupada com problemas como a evasão escolar, baixas notas, professores debilitados, além de todo o sistema educacional ultrapassado, Galassi realizou uma pesquisa entre alunos e professores do magistério do ensino médio, com objetivo de encontrar os problemas certos e estudar uma solução para os mesmos. Os alunos (que lecionarão futuramente) e os professores foram questionados com vários tipos de pergunta, e é coisa demais para eu escrever aqui.
O básico foram perguntas sobre o que está ruim e o que deveria melhorar. Para este tipo de pergunta, as respostas foram previsíveis e esclarecedoras.
No país, a quantidade de problemas em relação a isso é enorme. Vejamos o caso de um professor qualquer que leciona em várias escolas públicas. Devido ao baixo salário, ele é forçado a dar aulas em três ou quatro colégios, gasta quase todo seu tempo dando aulas e o que sobra, provavelmente gaste planejando as aulas do próximo dia. Para um profissional desses, fica difícil freqüentar cursos de reciclagem e aperfeiçoamento tanto pela falta de tempo quanto pela falta de dinheiro. Hoje em dia, ainda temos muitos professores com a cabeça fechada, que não ouvem o aluno, que não controlam a sala, que se limitam ao giz e ao quadro. E se alguma coisa precisa ser feita, tem de ser feita imediatamente.
Os alunos precisam de um professor amigo que ao mesmo tempo imponha respeito; alguém dinâmico e de mente aberta; que não desconte sua raiva nos alunos; que goste do que faz; que esteja sempre se reciclando, lendo sobre diversos assuntos e freqüentando cursos de capacitação profissional. E os professores precisam de incentivo, de opções; precisam de maior reconhecimento, maior salário. Mas não adianta chorar salário, fazer greve e se sentir injustiçado.
Implementar as idéias de um novo sistema educacional (que serão aplicadas em NY) no Brasil, é o prólogo do desenvolvimento. Não só por parte pública, mas também da privada. Os colégios particulares não fogem desses conceitos antigos de educação, talvez sejam ainda mais perigosos por terem mais conteúdo, por usarem de sistemas de ensino massificados, decorebas, que deixam o aluno alienado. É um verdadeiro fordismo em sala de aula.
Acredito que essa mudança possa começar em breve, pelo ensino privado. Basta a força de vontade dos grandes nomes, que tenham disposição em investir na educação, preocupação com o futuro do ensino mais do que com os lucros atuais. É uma mudança que demorará anos para se concretizar, o que é mais um motivo para se começar a agir imediatamente.
Quanto à rede pública, não tenho fé alguma. Governo investir em educação o tanto que deveria? Caindo de novo no ponto onde o poder precisa de um povo burro para continuar roubando. Uma massa burra é uma massa de fácil manobra.


Resumindo, o estereótipo de inteligente atual, não pode mais ser daquela pessoa que saiba fazer qualquer cálculo vetorial em trinta segundos, mas daquela pessoa que tenha conhecimento e habilidades para enfrentar qualquer tipo de situação, que saiba lidar com o novo. A escola nada mais é que um preparo para o mercado de trabalho, e é isso que o mercado de trabalho precisa. Não faz sentido que o mercado de trabalho evolua e a escola continue formando alienados.






Já na Inglaterra, o jornal The Sun culpa os videogames pelo baixo rendimento escolar. As atrações digitais serão sempre mais interessantes que os estudos aos adolescentes. Cabe aos responsáveis pela educação, criarem um jeito de diminuir essa discrepância. Não que façam os estudos ficarem mais interessantes que os videogames e celulares, mas que façam que, ao menos, fiquem interessantes, menos massivos.

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

AnimeZone 2007

Música do dia: Avantasia - In Quest For

Vestibular da Unifil: Fácil e estúpido. Acertei 36 questões de 50. Isso sem estudar e com desânimo para fazer a prova. Era 'gabaritável' caso eu tivesse estudado. Caso fosse uma faculdade séria, eu 'bateria boca' para anular a primeira questão que estava completamente mal formulada e a opção "certa" tinha erro de acentuação. Mas, enfim, fiz por passatempo (que poderia ter sido melhor aproveitado jogando Worms).

O AnimeZone estava exatamente como eu esperava. É realmente uma sacanagem comparar este evento com o falecido Intermangá, mas é inevitável que role uma comparação. Há dois anos, ainda no Intermangá do Colégio Nobel, tive dois ótimos dias de evento onde fiquei triste pelo fim. Evento onde presenciei Terra Celta, trilha sonora por Blind Guardian, cosplays que superaram a expectativa de eventos pequenos e também onde conheci (ou quase) pessoas fantásticas que me dou bem até hoje. Já neste ano, trilha sonora inteira por uma banda terrivelmente ruim e desregulada. Além da altura exorbitante que fazia com que tivéssemos que gritar para comunicarmo-nos (mesmo estando distantes da banda), o volume estava regulado maior para a bateria do que para o resto dos intrumentos; ouvia-se mais o prato do que a própria voz de quem cantava. Música japonesa não é pra qualquer cantorzinho ou cantorazinha, principalmente tratando-se de L'Arc~en~ciel e, ainda mais, gutural nipônico (MAXIMUM THE HORMONE) - por mais berrante que fosse o "What's up fuanzai ippai", ainda ouvia-se melhor (e mais chiado) o barulho dos pratos, chimbais e bumbos completamente fora do ritmo. Definitivamente, o baterista não sabia a partitura de "What's Up People?". Quanto aos cosplays... fracos. Alguns estavam bons, mas além de terem poucos cosplays no evento, a grande maioria eram cosplays feios, ridículos ou toscos.
Não conheci ninguém interessante.
No Animekê, teve uma deusa da voz que cantou "Rolling Star", da Yui, extremamente bem. Digo que se a garota fizesse cover de Yui, eu iria pagar para ver. Mas, em seguida, a graça de meus ouvidos foi quebrada por uma qualquer que cantou "Let Me Be With You" a um timbre agonizante.
Quanta à pirataria de animes, a mesma putaria de sempre. Pirataria é incontrolável e não creio que isso um dia mudará. Para os leigos, dvd de evento é pirata. Funciona dessa maneira: o fansuber ("legendador") pega a Raw (arquivo de vídeo do anime original japonês), traduz os diálogos, monta legendas, sincroniza as falas (claro que geralmente isso tudo é feito por mais de uma pessoa) e distribui gratuitamente na internet. Aí você se questiona se este ato também não é ilegal, pois não é. Fui fansuber um dia (época altruísta quando achava que as pessoas deveriam coolaborar umas com as outras), e a grande maioria dos autores dos animes, permitem a distribuição de seus produtos na internet desde que o mesmo não tenha sido licenciado ainda (ou seja, comprado por algum canal de televisão ou algum estúdio para lançar em dvd oficial). A condição é: sem fins lucrativos. Os fansubers têm um trabalhão para agradar aos fãs, não recebem um centavo por isso, e aí chega um vagabundo e baixa o anime, grava em dvd-video, imprime uma capa qualquer em papel sulfite, coloca tudo numa capinha de plástico e vende por cinco reais. Não tem diferença daqueles que imprimem no dvd com alta qualidade, usam capa de papel couché e cobram vinte reais por algo bonito até demais para um criminoso. A cara-de-pau é tamanha que cheguei a ver daquelas "plaquinhas-otaku" escrito "DVD de anime R$ 5,00"... bandidos!
Não participei de nenhuma gincana, muito menos comprei figures. Os figures eram os mesmos do www.gashapon.com.br, mas mais caros. Sem promoção de mangás novos e bons como ano retrasado também. Os preços estavam bons por mangás usados e conservados na Akatsuki Daioh, mas eu não tinha dinheiro.

A melhor parte do evento foi ter jogado DS com minha amiga e ter falado mal de otakus retardados (o que não faltou no evento) com meus amigos. Ah! Também teve o matsuri que, particularmente, gosto.
Espero algo melhor para o ano que vem, mesmo sabendo que não é fácil organizar um evento.

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Falta organização, faltam argumentos, falta inteligência...

Música do dia: Manowar - Call to Arms

Há tempos não posto nada por aqui. É por que há tempos não me informo sobre política, sociedade e notícias em geral também. Fim de ano e minhas notas não são as melhores, pouco tempo para lembrar que tenho um blog.
Vamos lembrar o que se passou em minha vida nos últimos dias, com o máximo de cuidado para não transformar isto aqui em um diário emo.

Andei estudando e desde terça-feira da semana passada que venho me esforçando para a apresentação do trabalho de conclusão de oficina, do colégio. Supostamente, minha equipe deveria ter me ajudado; a idéia era que trabalhássemos em equipe e cada um fizesse uma boa parte. Ciente da equipe que tenho, dividi o trabalho de dois temas da seguinte maneira: um tema para mim e outro tema para ser dividido para os outros quatro integrantes. No sábado, terminei minha parte de pesquisa, elaboração e montagem de slide no Flash e aguardava o material do restante da equipe. Passou um tempo e fui atrás de fazer a parte restante pois a apresentação seria logo na quarta-feira, ou seja, ontem. Na segunda, faltando uma boa parte ainda, mas já adiantado quanto à parte que não assumi como minha, recebi um documento .ppt da equipe com informações que consigo em 5 minutos no Google. Ignorei e continuei fazendo do meu jeito. Resultado: fiz tudo sozinho, realmente tudo. Mas acabei fazendo tudo à toa, me estressei e fui atrás de tudo por nada - não apresentei. A culpa foi por parte do mal planeamento da data de apresentação, pois planejaram para um único dia a apresentação dos trabalhos do 1° e do 2° ano juntos, e no bimestre onde o trabalho do 2° ano tendia a ser dos grandes, com vastas informações. A segunda parte da culpa, foi das equipes que fizeram um grande enche-lingüiça com entrevistas, vídeos com músicas e enrolações em geral, cientes de que o tempo era escasso. Eu ponderei o fato do tempo e "enxuguei" boa parte das informações, fazendo um trabalho curto e grosso de dois temas imensos que poderiam render boas horas de apresentação. Fiz tudo isso, pensei em tudo e tudo sozinho... por nada. E as apresentações ficaram pra semana que vem. Que maravilha..
Ainda falando de minha vida pessoal (...), tivemos simulado de todas as matérias na segunda e terça e estava extremamente fácil, principalmente as questões de português - pura interpretação de texto. Ufa! Nada de escola literária, contexto histórico de livros e essa chatice toda.. apenas interpretação de texto. Coisa que qualquer aluno de 5ª série faria sem dificuldade, mas terrível foi ter que ouvir reclamações sobre o tema escolhido pela professora, como se tivéssemos que ter estudado o texto em questão para podermos responder. Oh, mãe! Poderia ser até física quântica! Era ler e responder, as informações necessárias estavam todas alí. Devo concordar com o colégio quando o mesmo diz que está preocupado com o potencial interpretativo dos alunos.

Ando curioso sobre a quantidade de coincidências que andam acontecendo. Mas não sou supersticioso.

Ontem andei na chuva e comi pizza com os amigos. Um bom dia.


Agora preciso de um tema, certo? Acho que não tenho nada demais.
O que observei recentemente foi que o seriado Heroes deu uma modificada grande. Fui atrás e descobri que o seriado estava perdendo audiência pela enrolação e agora estava partindo mais pra história e ação. Ótimo, o episódio oito da segunda temporada está excitante.

Navegando por aí, parei novamente no site: http://www.melhoresdomundo.net/. Trata-se de um site de conteúdo nerd que eu detesto. Os colunistas têm linguagens cansativas para o tipo de assunto e a grande maioria do site, não passa de cópia dos sites grandes de humor e notícia (ex: Kibeloco, Angry VideoGame Nerd..). As matérias que são, aparentemente, deles, são ruins e pouco argumentativas.
Olhe este exemplo de matéria:


Bátima Gay é ameaçado!
Por: Change - quinta-feira, 08 de novembro de 2007 - 12h20


Ai, ai... esses fãs do Bátima. Só envergonham a comunidade nerd...

Hoje dei uma passeada pelo G1 e vi a seguinte notícia: Ator que vive Batman gay no teatro foi ameaçado por fã do homem-morcego. Putz!



O lance é o seguinte: tem uma peça de teatro que tá rolando lá em SP chamada "A vida secreta de Batman e Robin", que discute a relação homossexual entre a boa e velha dupla dinâmica! Com isso, o Bátima é fã da fase "índia" de Gal Costa e a boate preferida da dupla é a "Morcegay". AUI HAUIH AUIH UIAHUIAH!

Renato Papa, o ator que vive o Bátima que sonha em ganhar um novo uniforme desenhado pelo Ronaldo Ésper, recebeu um e-mail de uma das putinhas do Bátima, ameaçando o cara de morte.

— Recebi um e-mail dizendo que eu deveria morrer por desmoralizar o homem-morcego. Santa falta de humor, Batman!



Cara, esses nerds bitolados do Bátima são um porre! O ator Renato Papa mandou bem. "Santa falta de humor, Bátima!"

Pela zilhonésima vez:

O BÁTIMA NÃO É UM PERSONAGEM DE VERDADE! ELE NÃO EXISTE! É UM PERSONAGEM DE PAPEL! ELE NÃO VAI TE AGRADECER SE VOCÊ DEFENDER SUA MASCULINIDADE!




Os caras repetem tanto a foto quanto os argumentos ruins. Deixam duas fotos gigantes, texto minúsculo (tanto em fonte quanto em conteúdo), utilizam gírias idiotas e apresentam um argumento fraquíssimo.
"Cara, esses nerds bitolados do Bátima são um porre!". Pronto. Aí está todo o argumento do honorável colunista. Pra suprir sua falta de idéias, em seguida aumenta a fonte exageradamente numa tentativa fracassada de se impor, numa expressão clichê e levemente pseudo-intelectual.

Quanto à minha opinião sobre o assunto, não concordo em matar os atores tão quanto não concordo com a difamação ao herói. Duvido muito que tenham autorização da DC Comics para reproduzir algo com o nome dos personagens, portanto, não passam de aproveitadores que usam do nome famoso para ganharem uns trocados com um tema velho e chato. Um tema que foi polêmico entre fãs de HQ nos Estados Unidos no século passado, uma idiotice sobre homessexualismo no maior dos heróis, fato que resultou na morte do Robin. Eu nunca gostei do moleque mas homessexualismo é o tema preferido dos pseudo-críticos homofóbicos, é como dizer que há homessexualismo na relação entre Sam e Frodo, os dois hobbits de O Senhor dos Anéis.
O público que gosta dessa porcaria, provavelmente não passa de pessoas que só conhecem o Batman pelos filmes e/ou desenhos animados. Provavelmente, nunca tocaram num HQ.