segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Tropa de Elite

Música do dia: Massacration - Evil Papagali


Há tempos prometo este post e não ficaria devendo, principalmente, devido à moda que virou este filme nos últimos dias.
Acontece que fui assistir só na semana passada e de lá pra cá, não tive muito tempo vago para postar.
Desde o início, só ouvia falar bem desse filme, fator que não influencia em nada sobre minha opinião, ou até influencia negativamente, uma vez que sei que metade dos brasileiros gostam de tiro, porrada e nudez e só. Mas tenho que admitir - o filme me impressionou.

É de longe o melhor filme nacional que já vi. Curioso é que hoje mesmo, na sala, surgiu a discussão sobre "escrever" como dom ou profissão qualquer, e eu levantei o fato de que o Brasil é um dos únicos países que não investem em escrita, que não tem faculdade específica para quem sonha ser escritor, diferente da maioria dos países. Discutir tal fato, nos levará ao que minha professora citou - o governo não quer um povo intelectual, quer o povo burro. E se for para discutir os motivos e a história política do país, esse post seria imenso e muito maior que uma simpels crítica cinematográfica. O básico é que esta falta de vontade do governo ou daqueles velhos vermes da Academia Brasileira de Letras, contribui para o progresso lento/quase nulo do país, e a pobreza tanto em livros quanto em filmes, pobreza em geral da escrita. Enquanto o investimento de outros países como os Estados Unidos é gigantesco, o nosso não existe, o que justifica a merda que é nosso cinema. Eis um grande motivo para admirar a qualidade de Tropa de Elite.

O filme de ficção (se é que assim podemos chamar, uma vez que sabemos que quase tudo é real) retrata com uma realidade incrível o trabalho do esquadrão BOPE, tropa de elite da Polícia Militar que controla o atrito com a bandidgem quando os PMs não dão conta. A sinopse do filme é curta, basta falar do esquadrão e que o protagonista (capitão da BOPE) treina novos candidatos para a sua substituição, uma vez que o mesmo se ve atacado pela síndrome do pânico com a pressão de sua mulher que está grávida prestes a parir.
Há um ponto que cria muita discussão, e esse é sobre a rigidez do esquadrão aplicada nos suspeitos dentro da favela. Pobre de quem não tem nada a ver com a história, mas eu concordo com os métodos ditadores, é assim, infelizmente, que as coisas funcionam por aqui. Bem-vindos à realidade.
A história é fraca e se você é uma pessoa como eu, que assistiu a todos os filmes nacionais com essa temática, não tem muito a que acrescentar, salvo pelo que acontece por dentro da polícia. O diferencial não é a história, mas sim como ela é retratada e o clima de tensão (essencial para este tipo de filme) que o diretor consegue criar. Além de atores excelentes com os principais personagens, com foco em Caio Junqueira (Neto) e André Ramiro (Matias) que interpretam perfeitamente suas personalidades pré e pós BOPE. Tirei o chapéu.
E falando em história, é bom se reorganizar antes de falar: "mais um filme de favela". Essa é a realidade do país, é nosso tema. Os Estados Unidos têm seus clássicos com muito mais filmes sobre faroeste, que foi seu tema por muito tempo. Eu mesmo não sou muito ligado a problemas sociais e quanto ao tema, prefiro pessoalmente o velho bang-bang de Clint Eastwood, mas não posso negar a qualidade representativa desse novo filme, mesmo eu não gostando da temática.
Gostei muito da cena ao final do filme, onde mostra a passeata de paz sobre o comentário do narrador-personagem que diz algo como: "Se tem uma coisa que odeio, é passeata para a paz. Dá vontade sair dando porrada". Ótimo! Concordo e muito com isso. No filme, as mesmas pessoas que estão de branco, passeando pela paz (como se suas atitudes egoístas pseudo-pacificistas fossem cobrir o mundo de paz), são os maconheirinhos que bancam o tráfico comprando seus baseados pra curtir com a galera. E, hoje, não é muito diferente e vale acrescentar que muito nego que espalha para todo mundo o quanto gostou do filme, é também um maconheiro que sustenta toda essa bandidagem. Ver playboy maconheiro apanhando com razão é gratificante no filme.
Uma contradição interessante já observado por metade dos críticos da internet, foi que o filme foi um recorde de venda de DVD pirata. O mesmo filme que fala da contribuição da população com a ruína do país é recorde em pirataria. Comprar maconha e filme pirata não tem diferença nenhuma. É crime e contribuição para continuarmos no fundo do poço.

Para finalizar, digo que o que incomoda mesmo em tudo isso, é a moda desgraçada que este filme espalhou. Além de ter que escutar todos os dias aquele funk irritante, ainda deve-se agüentar as piadinhas relacionadas ao filme, piadinhas essas que não acabam. Maldita modinha!

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Tuomas x Tarja

Música do dia: Weird Al Yankovic - White & Nerdy

Desde a saída da ex-vocalista do Nightwish, Tarja Turunen, os fãs da banda se dividiram entre os Tuometes e os Tarjetes. Tuometes aqueles que ficam inteiramente ao lado de Tuomas Holopainen (líder da banda e responsável pela expulsão da vocalista), defendendo-o quando o mesmo usa os argumentos de que Tarja faltava aos ensaios, desmarcava shows para ir ao cinema com as amigas, ignorava os fãs (carta de demissão traduzida), etc.. Tarjetes aqueles que estão inteiramente ao lado da Tarja, hipnotizados por sua voz, indiferentes ao seu comportamento com os fãs.
Nightwish é minha banda preferida há muito tempo pois é a única banda que conseguiu unir melodia e letra de uma forma inexplicável. As letras do Tuomas (com Emppu, às vezes) sempre querem passar algo: um sentimento, uma ira..algo. A banda conseguira essa transição unindo as letras à voz lírica de Tarja. Ela é a voz da banda, se não ela, a substituição só seria aceita com outra lírico/mezzo-soprano tão afinada quanto. Se a Tarja quiser dizer "amor" e cantar "merda", ela conseguirá. Portanto, ela como a representação sinfônica das letras da banda, encaixava-se perfeitamente, pois as letras precisam de uma compreensão que vá além de ler toda a letra e toda a explicação à letra dada pelo criador. A intonação da voz completa o significado das letras.
Tudo isso, é para dizer o quanto estou em dúvida sobre o que pensar. O Nightwish não é mais o mesmo. A nova vocalista não sabe passar o que as letras querem passar, e não me refiro ao novo álbum (que está bem encaixado à nova voz), mas sim às músicas antigas, que perderam toda sua poesia com a Anette. Nem sei se as novas músicas querem passar algo pois só consegui entender o significado de "Bye Bye Beautiful" e "Eva" que são óbvias espetadas na pobre Tarja.
Desde o início, o metal não era a área preferida de Tarja Turunen e ela sonhava a carreira dentro do canto clássico, fato realizado em "Henkäys Ikuisuudesta", seu primeiro CD solo. Aparentemente, então, Tarja estaria feliz com sua carreira sonhada e estava usando o nome que ganhou durante todo esse tempo no Nightwish, para alcançar gordas vendas pra seu trabalho. Porém, recentemente foi divulgada a faixa "I Walk Alone", de seu próximo CD. Fugindo do que parecia ser seu estilo, ainda conta com a letra espetante ao Tuomas. Ironias como "Put all your angels on the edge", "I left a thorn under your bed" e diretas como "Go tell the world I'm still around", compõe a letra que está tão pobre ou ainda mais pobre do que nas espetadas de Tuomas. "Bye Bye Beautiful" tem um refrão inteiramente pontudo e só não é completamente tedioso porque o Marco dá um jeito no vocal, mas observo que não entendi a última frase onde diz "You chose the long road, but we'll be waiting". Como assim, "estaremos esperando"? Será a entrada de Anette um golpe de marketing para promover o sucesso da banda num futuro "retorno da Tarja"? Mesmo sendo minha banda preferida, devo desconfiar desses truques muito usados. Não faz sentido o Tuomas estragar todos as músicas de todos os albuns antigos por sua obsessão pelo significado de "End of an Era". Não é possível que ele queira mudar tanto a banda, mas para pior (a ponto de criar um clipe inteiramente pop). Será que ele quis contratar algo longe do lírico ou mezzo-soprano apenas para marcar a nova era da banda ou tudo não passa de um golpe comum? Eu espero que seja um golpe ou, caso contrário, que os dois façam as pazes ou o Tuomas perca muito dinheiro e contrate alguém como a Simone Simons ou Sabine Edelsbacher (apesar de sua voz ser monótona). Nightwish está perdendo sua personalidade, fato que é raro e que, dentro desse tipo de banda, só enxergo grande neles, em Edenbridge e em Epica. Dessa maneira, Nightwish se tornará uma banda com memória, mas com nível de personalidade à Lacuna Coil e Within Temptation.
Resta-me esperar.


EXTRA DO DIA:

Recentemente, encontrei em um blog de uma conhecida, uma releitura de um poema famoso, sem créditos, sem fonte. Tratava-se de uma reescrita da crônica de "O Amor Acaba" de Paulo Mendes Campos, feita pelo colunista da revista Capricho. Texto esse que saiu em sua coluna na edição de setembro desta deplorável revista feminina. Ao ver o texto, óbviamente percebi que fugia imensamente do gênero textual da autora do blog. Investiguei e não demorei dez minutos para ter todas as informações que dei acima.
Como bom pacificador, ia ignorar o fato de que é crime publicar qualquer obra com omissão de fontes, seja ela numa revista ou num mero blog de adolescente revoltada. Pois bem, ao ler os comentários elogiando-a pelo seu suposto jeito íngreme de escrita, indignei-me e comentei com uma leve ironia, apresentando os fatos e fontes de maneira polida e educada. Hoje, vi que apagou meu comentário, deixando o seguinte:

"pro loki disse...

não quero que você comente no meu blog, aliás, não é que não queira, não faço questão.
Você se tornou insignificante na minha vida, gostaria que se afastasse.

Grata =)"

Pois bem. Ou ela não sabe o significado de "insignificante", ou me julga burro o suficiente para não entender. "Insignificante" é a pessoa que nada significa (óbvio..ou nem tanto). Se eu nada significo, por que mereci um comentário excluído e uma dedicatória à ação? Se quer que eu me afaste, sou, no mínimo irritante, não insignificante. Para ela, posso significar um amontoado de cocô de cachorro, mas significo algo. Ela deve saber que indiferença é pior que ódio, mas é fato que se torna irrelevante, uma vez que não me preocupo com minha imagem para com ela. Comentei apenas para cutucá-la, óbvio. Assim como fiz da vez anterior e ela significa algo veemente em minha concepção, não é nem de longe insignificante e muito menos saudável para se postar.
E fica aí a fonte: http://wannabemypenguin.blogspot.com

Sayonara!

domingo, 7 de outubro de 2007

Resident Evil 3: Extinction

Música do dia: Manowar - Blood of the Kings



Todo bom fã da série Resident Evil, já sabe o que esperar de uma continuação do último filme. Portanto eu, como bom fã, já esperava o pior. E o tive.
Assim que começa o filme, temos Milla Jovovich nua (de novo?!) para excitar o público-alvo adolescente. A personagem Alice aparece no cafofo já conhecido da Umbrella, causando uma confusão aos espectadores que imaginam o porquê de ela estar lá novamente. Mas logo descobrimos que não passa de um clone idiota. Um possível furo de roteiro passou batido mas não há motivo para decepção, existem muitos ao longo dos 95 minutos de filme.
Além do que, observado pela crítica do Cinema em Cena, esganaram o roteiro ao momento em que o Dr. Isaacs diz que a fuga de Alice é prejudicial aos planos da Umbrella, depois de o segundo filme ter acabado com a clara demonstração de que a fuga fazia parte dos planos da empresa. Além de que a musa Jill Valentine, cuja aparição levou à loucura os fãs psicóticos no segundo filme e foi, para muitos, a salvação do mesmo, esteve desparecida e esquecida em Extinction.

Mais do que o mistério de como alguns zumbis inúteis conseguem derrubar um carro gigante e milhares não conseguem arrombar uma maldita cerca de arame, ainda mais do que o mistério de como um planeta de 510,3 km2 de extensão territorial vire deserto de areia em míseros cinco anos, o que mais me incomodou e me cutucou o filme todo, foi a película digital sobre os rostos femininos. Por que diabos aperfeiçoar os rostos das protagonistas da série? Além do ridículo por parecerem bonecas em CG (computer grafics) de um 128bit, contrariam completamente o cenário da trama que não passa de um monte de sujeira e pó.

O resumo do filme é: Incríveis matadoras e dilaceradoras de mortos-vivos que, entre as habilidades sobre-humanas, está a de se manterem limpas, maquiadas e perfeitas (quem sabe até cheirosas?!) durante o filme todo. Entre outros homens quaisquer que morrem de jeitos que ficam longe da emoção, fazendo-nos esquecer que era mesmo para ser uma morte. E de história, não tem nada. Apenas ação.

Os 45 milhões de dólares de orçamento do filme, certamente serão cobridos por pessoas como eu, que continuam alimentando a preguiça e a incapacidade desses diretores vagabundos, dando nosso dinheiro para as estréias no cinema. Também pelos milhares de patrocinadores grandes, observados ao longo do filme. Eles que patrocinam exatamente por saberem que existem pessoas como eu.
Será que já não basta desse descaso com as séries de grande nome? Parece mais do que preguiça, parece vontade de jogar na lama um nome como "Resident Evil". Talvez nossos amigos Russel Mulcahy e Paul Anderson
não tenham conseguido zerar o game no nível hard e se uniram numa vingança.

Bom, e o filme acaba dando a idéia de uma continuação. Se não houver criatividade para o roteiro novamente, inescapávelmente, terão de ter para o quarto subtítulo. Após "Apocalipse" e "Extinção", o que poderá vir? Algo como "Resident Evil 4: O Purgatório"?


Sem mais delongas.

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Novo e último bimestre

Música do dia: Nightwish - 7 Days to the Wolves

Salas reajustadas, equipes formadas e aulas normais novamente. Oh, hoje estavam todos preocupados em formar boas equipes. Bom, se o que forma uma boa equipe é um maior número de pessoas dedicadas e que realmente fazem as coisas, devo observar que a vontade de cair em uma "boa equipe", me parece a angústia pela maior divisão de obrigações ou uma ânsia por montar nas costas dos que realmente fazem. Se o objetivo é lidar com as dificuldades no trabalho em equipe, não há nenhum desafio em cair numa onde todos se dão bem e são devidamente responsáveis, certo? Sucesso seria fazer uma equipe de preguiçosos ser o destaque. O que tem de glorioso o sucesso de uma equipe onde todos já se dão bem desde o início?
Apenas minha opinião.

Hoje foi um dia quebra-rotina apenas porque saí de casa para gastar dinheiro. Comprei alguns quadrinhos que me faltavam, paguei conta, consertei bicicleta e passei no Cultura Inglesa

O espetacular sonho de qualquer colecionador de HQ e fã de Batman, está nas bancas (ou só na Odisséia, por enquanto). O incrível épico que mostra as primeiras aparições dos vilões mais vilões do Batman em capa dura e papel pisa brite por um ligeiro custo de R$ 48,90. E não é volume único. Eu realmente quero isso, mas não sei como o comprarei.

Post rápido, apenas para abrir o mês.