quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Coisas clichês

Música do dia: Queen - I Want to Break Free

Descobri que coisas clichês me incomodam muito. E a descoberta não foi saber que me incomodam, mas sim que incomodam muito. Incomodam tanto quanto coisas vulgares e coisas burras. Odeio quando as coisas que gosto viram populares, quando minhas frases se tornam clichês.
A preguiça de estudar me faz vagar inutilmente pelo orkut, atrás de fotos e vídeos alheios daquelas atualizações do rodapé. Poderia ser interpretado como algo muito fútil, mas a ação não significa nada sem a intenção. A minha intenção não é vasculhar a vida do próximo, é simplesmente passar o tempo. Posso achar uma foto curiosa, um vídeo engraçado, afinal, alguns vídeos que considero bons atualmente, encontrei em perfis aleatórios. Acontece que nem sempre a minha odisséia tem resultados animadores. Ora ou outra, encontro claras demonstrações de burrice, vulgaridade e "clicheísmo".

Posso dizer que estou sabendo me controlar melhor quando o incômodo é vulgaridade. Tenho um pensamento conservador e, sobre vulgaridade, penso como a minha vó na época de minha avó e o fato de estar me controlando melhor não diz que eu estou afrouxando as idéias e os ideais, só diz que estou quase na utopia da ação de um sábio: ignorar. Isso não é uma tarefa nada fácil para um cara que não consegue se calar como eu, mas a vida é um eterno aprendizado, eu chego lá.
Pensando bem, estou aprendendo a ignorar tudo que me incomoda, mas elas continuam incomodando, eis o problema.
Algumas coisas clichês não passam de demonstrações de burrice, ou seja, uma variável dessa denominação. Mas de todas as formas de burrice, os clichês exagerados me cutucam de uma maneira chata.

Se eu for buscar uma explicação do porquê de as pessoas apelarem pros clichês quando precisam posar de entendedores, românticos ou mesmo a troco de nada, vou cair no meu maior clichê. Culparei a mídia. E a culpa é dela mesmo, da mídia marrom, das músicas estúpidas de amor, das novelas que maquilam a realidade, dos livros exagerados sobre contos fora da realidade. Não há mal na fantasia, eu admiro a fantasia a aprecio em doses certas e em lugares apropriados; e a safadeza está bem na dose de fantasia aplicada. Quantas novelas com temas de amor bocó passam por ano na televisão aberta? Quantos livros engana-trouxa circulam nossas livrarias? Quantas músicas ilusórias e repetitivas, ó ceus, passam por nossos ouvidos numa só semana? Às vezes, as músicas chegam aos nossos ouvidos sem a devida permissão e quando chegam ao meu, tenho argumentos suficientes para crucificar quem as propaga.
E já que comecei a falar em música (e um dia desses ainda acabo postando algo sobre música popular, futilidade e afins), já ouviram "O Erê" do Cidade Negra? É um bom exemplo que combina burrice com clichê de amor pé-no-saco. Em uma certa parte da música, a letra: "Milhões de anos luz podem curar o que alguns segundos, na vida, podem representar". Clichê por, mais uma vez, ser uma das aparentemente incansáveis letras amorosas; burra por que anos-luz é uma medidade de distância, e não de tempo. Santa burrice. Ficou claro? Quem ouve Cidade Negra é burro!

Voltando ao ponto, será que as pessoas sabem onde estão? Estamos num grande buraco, e numa das piores partes. Enquanto o mundo se destrói e as melhores partes dele nem são tão boas assim, estamos num país sem vergonha onde as cagadas sobrepõe qualquer tipo de ação benéfica que venha a acontecer. Sim, estamos nos afogando em merda enquanto pensamos que estamos a nadar em calda de chocolate. Perdôo certas doses de fantasia com intenção de sensação de paz temporária pros fracos e acho legal a fantasia praquelas que têm interesse, que gostam de histórias. Porém, puta que o pariu, com tanta dose de fantasia pra um público baixo como o brasileiro, as coisas mantêm o status quo, e a população acha que está tudo bem, mesclando a fantasia da sua novelinha com sua realidade absurda. E continua tudo bem porque, afinal, depois de um cansativo dia de trabalho mal compensado, chegaremos em casa a tempo para nossa dose de êxtase, para nosso zén, para nosso Big Brother.



Exemplo de lixo clichê muito propagado entre gente fraca

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Primeiro dia de aula

Música do dia: After Forever - Sins of Idealism

Eu acordei de mal humor como havia previsto. Não foi bem uma previsão gloriosa porque eu já me conheço o suficiente. Acontece que dormi pouco porque dormi com aquela responsabilidade de não poder perder a hora. Não perco, mas durmo mal por isso.
Sim, primeiro dia de aula. Desanimador por inúmeros motivos, estes quais não pretendo citar.
Nada de interessante na aula, nada.

Para a tarde, marcaram reunião com o pessoal do projeto do ano passado. Acontece o seguinte: ano passado, fizemos um projeto social que concorreu ao prêmio "Construindo a Nação" e, merecidamente, ganhamos o primeiro lugar. Acontece que a reunião de hoje foi uma convocação sem aviso sobre o que se trataria. Peguei chuva, almocei rápido e ainda assim, cheguei pouco atrasado, mas valeu a pena.
Deveriam ser escolhidos dez alunos, dentre os quinze, para representar o projeto em Curitiba. Como ninguém é bobo nem nada, todos queriam ir, mas nem todos poderiam. Como ficamos sabendo desse incômodo ao chegar lá (antes achávamos que todos iriam), a reunião de hoje era uma espécie de teste para ver quem estava realmente interessado na coisa, além de uma avaliação pessoal e uma discreta votação aberta.
Votação aberta pode ser difícil aos fracos, não pra mim. O professor coordenador do projeto ressaltou o ideal de votarem naqueles que julgavam os mais interessados na coisa toda, ao invés de votarem por amizade. Mas, sejamos francos, que diabo de adolescente tem ideal de justiça hoje em dia? Quase ninguém tem, as pessoas ignoram a justiça quando ela não traz benefícios pras mesmas. Ok, houveram votos para favorecer amigos e, por pouco, não fico de fora. Claro, não sou "queridinho" do colégio e, de fato, algumas pessoas não vão com minha cara.
Fui o mais justo que consegui, prova disso é que votei em duas pessoas que já não tinham votado em mim, sem nenhum tipo de ressentimento, e são pessoas que sequer tenho afeição.. bem menos afeição que tenho com algumas que deixei de votar mas que julguei menos interessadas. Bom, meu ideal de justiça é psicótico e não vou obrigar as pessoas a serem iguais a mim e isso não é o ponto. O ponto é que adorei ter feito o projeto e, mais do que muitos imaginam, trabalhei pra burro e me interessei por essa coisa, não em prêmio ou viagem (afinal, eu sempre vou à Curitiba), mas por achar útil. Mas me sinto orgulhoso por ter recebido o mérito de um trabalho assim, me sinto merecedor e número de votos só significa que as pessoas.. ah, deixa pra lá. Importante é que me senti bem com tudo isso e não quero imaginar o barraco que eu armaria se eu não fosse selecionado. Não pela viagem, mas pelo peso de méritos e deméritos e comparações com outros, obviamente, eu estou dentro dos dez, por justiça pura.
Ok, ok, chega de ser chato. Vou pra Curitiba!

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Exibicionismo leva rapazes à jaula

Música do dia: Elvenking - Pagan Purity


Londrina anda perigosa. Na noite de quinta-feira (7), um engenheiro parou seu carro no semáforo do centro da cidade e foi surpreendido por dois meliantes, um de dezenove e outro de vinte anos de idade. Os assaltantes o conduziram, com seu próprio carro, até um matagal na periferia da cidade e o abandonaram por lá, após ter pedido ao mesmo que tirasse a camiseta.
“Eles pediram para que eu tirasse a camiseta e saísse do veículo. Nesta hora achei que eles iriam me executar”, disse o engenheiro.

Após roubarem o carro e, conseqüentemente, os pertences dentro do veículo, se dirigiram a um motel com a intenção de, segundo a pólícia, esconder o carro para saírem do cerco da investigação policial. Por lá, ficaram cerca de duas horas, comemorando o assalto. No meio da alegria e do alcool, resolveram usar o celular da vítima para tirarem uma foto comemorativa sobre o sucesso. Nas fotos, aparecem com armas e garrafas de cerveja.

Acontece que acabaram se divertindo além da conta e quando saíram do motel, com o carro, acabaram batendo num poste e esquecendo o celular ao lado do carro. Após a Polícia Militar encontrar o veículo, localizou o dono que, posteriormente, assustou-se ao ver as fotos em seu celular.
“Imprimi as fotos e entreguei para a polícia. A partir daí, foi fácil capturá-los”. Com as fotos em mãos, a polícia fez buscas na região e prendeu os assaltantes em uma favela da cidade.

Fonte: G1



E este é o naipe do assaltante londrinense. Depois do cidadão que roubou notebooks de uma loja e foi preso em flagrante tentando vendê-los na mesma loja, acontece isso.
Não sei se pra vocês, mas pra mim cheira estranho que dois caras peçam pra vítima tirar a camiseta e em seguida comemorem a sós a vitória por duas horas e em um motel. Huum, provavelmente os rapazes colocariam a foto no próximo post de seus fotologs... Que pena.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Sabedoria popular



Roubada discretamente do blog do Zé Roberto, visitem (http://pastocoletivo.blogspot.com/)

Thor, the server

Música do dia: Manowar - Thor


LevelUp! Games, a empresa de games mais sem-vergonha que conheço, começou no Brasil com Ragnarök Online, e se voltava completamente para seu único jogo licensiado aqui. Muitos meses se passaram de Ragnarok gratuito até que eles resolveram cobrar pelo game, o que obrigou os antigos viciados a pagarem pelo game e os viciados pobres a montarem ou jogarem nos famosos 'servers privates', nome bonito para os servidores piratões, maioria feito por makers, comandados por adolescentes geeks ou semi-geeks que sequer sabiam limpar o bumbum. Paguei o bRO (Brasil Ragnarok Online, nome oficial do Ragnarok distribuido pela LevelUp!) por muito tempo, mas, então, migrei para privates, como a maioria. Num server onde os que fariam o papel de game designer, são meros babacas, é de se esperar um desequiíibrio. Acontece que em alguns servers, tal equilíbrio era bom e as facilidades apresentadas, nos faziam gostar mais deles do que do oficial.

A LevelUp! daqui ficou rica e hoje é dona da distribuição lícita de treze games
importantes no Brasil. Com seu império em ameaça, visto que sobrara poucos pagantes do seu primogênito, resolveu usar o golpe de marketing mais "pesca-brasileiro" que conheço: o golpe do 'grátis'.Pois brasileiro tem uma queda pela palavra "grátis" e suas derivações. Compram um carro porque ele vem com um chaveiro de prata grátis; assinam uma revista porque os seis primeiros meses são gratuitos, e assim vai. Muitas vezes esquecem de analisar o próprio produto e ficam iludidos com a falsa vantagem.

Thor, o novo servidor gratuito deRagnarok, é um servidor enganador. Tiraram
itens importantes para sobrevivência básica de qualquer jogador iniciante, tiraram algumas skills e cartas, mudaram monstros de mapa, ignoram o suporte do servidor gratuito, deixam o jogador ao relento com um database que só serve de guia para jogadores pagantes e ainda maqueiam suas desvantagens com desculpas como "modificado para se ajustar ao servidor" e nos lembrando hipnóticamente a todo instante que o rate de experiência é mais elevado que o Odin, servidor pago, como se isso também não fosse um dos motivos que tiram a graça do game. E tudo isso para quê? Para os usuários comprarem ROPs, o equivalente ao 'cash' do jogo. 5000 ROPs por R$ 9,90. E com ROPs, lá se vai toda a honra do game. Não existem mais quests de equipamentos, pois todos os equipamentos famosos que deixavam um jogador de moral alta por ter conseguido ou mesmo comprado por alguns milhões, estão a venda por dinheiro comum, pela troca de cédulas reais por pontos. Além disso, não existe mais aquela emoção ao 'dropar' carta famosa de um monstro, nada daquela emoção pela sorte de cair um item que tem 0,01% de chance de aparecer. Agora você compra qualquer carta por ROPs, e por poucos ROPs. E o equilíbrio do bRO está se igualando ao daqueles servers de rate elevado onde você matava um Poring e passava 27 níveis. A diferença é que só fica 'fodão' aquele que paga mais, não aquele que se esforça mais, aquele que jogou mais e fez a melhor build. Substituiram itens importantes comprados por zeny ( dinheiro do game), por itens criados pela própria empresa e que valem dinheiro real, muito parecido com aqueles status VIP que se conseguia em servers privates por ter feito uma "donation" em dinheiro aos Game Masters. E a fantasia medieval roleplaying se perde no meio de um mundo comercial onde vence quem tem mais dinheiro. Um MMORPG baseado em mitologia nórdica que funciona com o sistema capitalista do mundo atual. Acabou a fantasia! Até nos games, quem manda é a nota, o dinheiro, verdinhas.
Puta palhaçada! Não é porque a idade média de jogadores de Ragnarok seja 14 anos, que significa que não existam 'hardcores' como eu, que ainda jogam pelo espírito do jogo e da fantasia medieval.
LevelUp!, aprenda com as grandes que o mundo de games não funciona assim. Sua honra está manchada.

Juno

Música do dia: After Forever - Digital Deceit

Juno, um filme que não me chamou nem um pouco a atenção pelo poster, mas me deixou curioso após ler a crítica e saber que concorria Oscar de melhor filme.
História fraca e comum, coisa que viraria um cocô qualquer como Harry Potter, caso na mão de inábeis. Mas, por
incrível que pareça, um filme cuja a história é o cotidiano de uma adolescente que engravidou erroneamente, me interessou.
Uma comédia alternativa com algumas piadas inteligentes e algumas inúteis, o filme evolui conforme avança e é pena que a tradução faça perder algumas piadinhas que me fizeram rir por ter ouvido, não lido. Mas é algo compreensível, uma vez que algumas fa
las ficariam sem-graça escritas e dado o nível de conhecimento geral brasileiro, algumas ficariam com o humor tão restrito a poucos quanto ficou apenas pra quem entende inglês.
A gravidez acontece quando Juno, a protag
onista, e seu amigo esquisitão estão entendiados em casa e resolvem fazer sexo (ótima alternativa ao tédio, de fato). Conta à sua melhor amiga e, em seguida, aos pais, que têm uma reação cômica. Logo, a notícia é espalhada pelo colégio e a garota opta por uma clínica de aborto, a partir daí, o filme cresce e tanto o enredo fica melhor, com um desenvolvimento imprevisível quanto as piadas se tornam mais intelectuais.
Quanto à trilha sonora, não é do tipo que eu teria em casa para ouvir, mas combina perfeitamente com o clima alternativo/surreal do filme, dá um clima legal ao mesmo.
O ponto alto do filme, é o desenrolar imprevisível dos fatos. A história em si nos faz pensar que o filme trará a velha lição-de-moral ao final e a aparição de alguns personagens nos faz suspeitar de coisas que sequer acontecem, dando ao filme um toque de realidade para substituir as velhas pseudo-surpresas que viraram clichês chatos.

O mais curioso,
é que a autora do filme, Brooke Busey, é uma ex-stripper que também trabalhava fazendo sexo por telefone. Curioso porque tendo uma autora com esse passado, imagina-se um filme clichê e com seu tom picante e vulgar, algo oposto à comédia Juno. Também conhecida pelo pseudônimo de Diablo Cody, Brooke se formou em publicidade e trabalhou na área até se cansar da monotonia cotidiana e ganhar a vida com um velho hobbie.



LOLE quem foi que disse que o Brasil não tem futuro artístico, seja ele em cinema ou literatura? Pois por aqui também temos nossa puta autora (ou seria uma autora puta?). Bruna Surfistinha, depois do sucesso (...) dos seus dois primeiros livros, "O Doce Veneno do Escorpião" e "O que aprendi com Bruna Surfistinha", está dando de tudo por sua nova obra "Na cama com Bruna Surfistinha"! Um ótimo livro pra você, leitor mente-aberta, livre pra novas experiências literárias. E não pára por aí, os quadrinhos eróticos de Surfistinha estão o maior sucesso entre punheteiros internautas da web.
Meio caminho andado pra Academia Brasileira de Letras, está praticamente com os dois peit...digo, pés por lá.
Sucesso!