Depois de comprar briga com fanzinhos de Harry Potter, Crepúsculo e outros livros pra boi dormir; ser desafiado para um incrível desafio de taiko (porque eu NUNCA conseguiria tocar um desses, claro) e aporrinhado por n outras razões, dessa vez, o calo foi dos calouros (péssimo trocadilho).
Na minha longa experiência em ouvir piti de gente ofendida, percebi que seguem padrões de resposta às minhas críticas. Uns descontrolados xingam até a minha décima-sétima geração; outros tentam, inconscientemente, seguir a filosofia do "seja superior", porém fracassam com suas péssimas tentativas de ironia que não passam de um "você é bom mesmo, hein?!". Mas a maioria delas me desafia a algo. Os leitores da J.K. Rola me mandam escrever melhor que ela, os taiko-shiitas me mandam tocar como eles e, agora, os calouros me mandam ser xarope passar no vestibular "bom" como eles. Que fique um recado para vocês, crianças de entendimento limitado: eu sou um crítico. Ui, isso realmente soa arrogante, mas, deixando isso de lado, quero que usem o tico-e-teco de vocês. Um crítico se depara com um assunto, forma sua opinião, estuda o assunto e aperfeiçoa sua opinião. É isso que eu faço. Eu não posto aqui, nada que eu não tenha lido muito a respeito e já conheça o suficiete para tacar pedrinhas.
Se eu reclamar que minha patente tem um formato desconfortável, irão me dizer "faça patentes melhores, seu ridículo!". Se eu reclamar que meu Xbox 360 esquenta rápido demais ou que o Windows Vista é pior que um CD do Wando, irão me dizer "seja tão bom quanto o Bill Gates para ter a empresa mais rica do mundo e depois diga alguma coisa, miserável!". As coisas não são tão simples, amiguinhos (e o mundo não é perfeito, dãaan). Tendo um conhecimento contextualizado teórico, posso fazer uma crítica. Se não fosse assim, aceitaria tudo de mão-beijada! E ainda, se não fosse assim, se todos criticassem apenas o que sabem FAZER, para que existiria um crítico?! Para denunciarem outros críticos que estão criticando críticas de maneira errada?! Isso não faz o menor sentido, pessoal... Pensem a respeito.
Existem assuntos pelos quais eu me interesso e, sendo assim, tento compreendê-los e estudá-los pois, com interesse, é bem mais fácil. Cinema, música, literatura, mitologia, religião, tecnologia eletrônica e educação são tópicos pelos quais sou apaixonado há um longo tempo. Eu não postaria nada (pelo menos nos dias atuais) a respeito de economia de mercado, por exemplo. Acho fascinante, mas não entendo porra nenhuma. O que quero dizer é que tenho uma certa experiência com música para falar de dificuldade de instrumentos e por aí vai. Mas não precisa ser um grande gênio para falar de vestibulares e educação nacional. Na real, até um belo leigo tem idéia de a que pé anda a educação e assuntos relacionados no país. Isso é senso comum. O problema está em quem não quer aceitar que não é tão bom assim. O pessoal que passa no bom e velho (bem velho) vestibular, depois de sofrer uma chuva de queridismo dos amigos que dizem que ele é realmente inteligente e merecia aquilo. Isso é um adicional para que o cidadão suba no topo do mundo e diga "eu posso!". Desmerecer o seu feito, jogando tristes fatos sobre o precário modelo de prova, é briga na certa. A grande maioria foi induzida a se sentir superior e pretende ficar com o ego intocável. Somos seres humanos e vivemos num planeta em comum, portanto, devemos comparar nossa "superioridade" com os outros, num todo. É claro que numa comparação nacional, passar nesse vestibular decoreba é um belo feito. Mas queremos ficar presos a isso?! A sermos melhor que o traficante do morro e que o bandido do semáforo enquanto não fazemos nada para que essa situação deixe de existir?! Não queremos evoluir para sermos tão bom quanto os japoneses ou os finlandeses?! Sinto muito, não sou assim. E se é difícil entender meus argumentos, se é mais fácil dizer que estou com inveja disso que chamam de mérito, discutam com o ministro da educação, Fernando Haddad que, dois dias após meu post sobre vestibulares antiquados, declarou que irá propor um novo modelo aos mesmos, citando ainda, colocações familiares a quem leu meu post. A matéria completa DEVE ser lida! E está aqui:
O ministro explorou um ponto pelo qual passei longe. Tendo em vista que o ensino médio é voltado ao vestibular, sempre pensei na reestruturação do sistema para aperfeiçoar a prova-filtro, entretanto, o ministro pensa em mudar o vestibular para que o ensino médio melhore e que algumas escolas boas voltem a ser boas e não uma simples instituição que enfia informação na cabeça dos adolescentes para que eles passem na prova.
Ser ministro da educação no contexto brasileiro não deve ser fácil. Ter boas idéias e ainda se preocupar com quais condições irá aplicá-las, é um trabalhão mental. Confesso que tirei o chapéu para essa iniciativa que não é a minha utopia, entretanto, é, indubitavelmente, o ideal visando o contexto.
Eu espero que, num futuro não muito distante, o Brasil possa ter jovens que pensem, ao invés de decorar. Apesar de que, com isso, perderia toda a graça de cutucar o ego dos encabrestados metidos-a-besta.