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terça-feira, 24 de março de 2009

MEC propõe troca de modelo arcaico do vestibular

Depois de comprar briga com fanzinhos de Harry Potter, Crepúsculo e outros livros pra boi dormir; ser desafiado para um incrível desafio de taiko (porque eu NUNCA conseguiria tocar um desses, claro) e aporrinhado por n outras razões, dessa vez, o calo foi dos calouros (péssimo trocadilho).


Na minha longa experiência em ouvir piti de gente ofendida, percebi que seguem padrões de resposta às minhas críticas. Uns descontrolados xingam até a minha décima-sétima geração; outros tentam, inconscientemente, seguir a filosofia do "seja superior", porém fracassam com suas péssimas tentativas de ironia que não passam de um "você é bom mesmo, hein?!". Mas a maioria delas me desafia a algo. Os leitores da J.K. Rola me mandam escrever melhor que ela, os taiko-shiitas me mandam tocar como eles e, agora, os calouros me mandam ser xarope passar no vestibular "bom" como eles. Que fique um recado para vocês, crianças de entendimento limitado: eu sou um crítico. Ui, isso realmente soa arrogante, mas, deixando isso de lado, quero que usem o tico-e-teco de vocês. Um crítico se depara com um assunto, forma sua opinião, estuda o assunto e aperfeiçoa sua opinião. É isso que eu faço. Eu não posto aqui, nada que eu não tenha lido muito a respeito e já conheça o suficiete para tacar pedrinhas.
Se eu reclamar que minha patente tem um formato desconfortável, irão me dizer "faça patentes melhores, seu ridículo!". Se eu reclamar que meu Xbox 360 esquenta rápido demais ou que o Windows Vista é pior que um CD do Wando, irão me dizer "seja tão bom quanto o Bill Gates para ter a empresa mais rica do mundo e depois diga alguma coisa, miserável!". As coisas não são tão simples, amiguinhos (e o mundo não é perfeito, dãaan). Tendo um conhecimento contextualizado teórico, posso fazer uma crítica. Se não fosse assim, aceitaria tudo de mão-beijada! E ainda, se não fosse assim, se todos criticassem apenas o que sabem FAZER, para que existiria um crítico?! Para denunciarem outros críticos que estão criticando críticas de maneira errada?! Isso não faz o menor sentido, pessoal... Pensem a respeito.

Existem assuntos pelos quais eu me interesso e, sendo assim, tento compreendê-los e estudá-los pois, com interesse, é bem mais fácil. Cinema, música, literatura, mitologia, religião, tecnologia eletrônica e educação são tópicos pelos quais sou apaixonado há um longo tempo. Eu não postaria nada (pelo menos nos dias atuais) a respeito de economia de mercado, por exemplo. Acho fascinante, mas não entendo porra nenhuma. O que quero dizer é que tenho uma certa experiência com música para falar de dificuldade de instrumentos e por aí vai. Mas não precisa ser um grande gênio para falar de vestibulares e educação nacional. Na real, até um belo leigo tem idéia de a que pé anda a educação e assuntos relacionados no país. Isso é senso comum. O problema está em quem não quer aceitar que não é tão bom assim. O pessoal que passa no bom e velho (bem velho) vestibular, depois de sofrer uma chuva de queridismo dos amigos que dizem que ele é realmente inteligente e merecia aquilo. Isso é um adicional para que o cidadão suba no topo do mundo e diga "eu posso!". Desmerecer o seu feito, jogando tristes fatos sobre o precário modelo de prova, é briga na certa. A grande maioria foi induzida a se sentir superior e pretende ficar com o ego intocável. Somos seres humanos e vivemos num planeta em comum, portanto, devemos comparar nossa "superioridade" com os outros, num todo. É claro que numa comparação nacional, passar nesse vestibular decoreba é um belo feito. Mas queremos ficar presos a isso?! A sermos melhor que o traficante do morro e que o bandido do semáforo enquanto não fazemos nada para que essa situação deixe de existir?! Não queremos evoluir para sermos tão bom quanto os japoneses ou os finlandeses?! Sinto muito, não sou assim. E se é difícil entender meus argumentos, se é mais fácil dizer que estou com inveja disso que chamam de mérito, discutam com o ministro da educação, Fernando Haddad que, dois dias após meu post sobre vestibulares antiquados, declarou que irá propor um novo modelo aos mesmos, citando ainda, colocações familiares a quem leu meu post. A matéria completa DEVE ser lida! E está aqui:



O ministro explorou um ponto pelo qual passei longe. Tendo em vista que o ensino médio é voltado ao vestibular, sempre pensei na reestruturação do sistema para aperfeiçoar a prova-filtro, entretanto, o ministro pensa em mudar o vestibular para que o ensino médio melhore e que algumas escolas boas voltem a ser boas e não uma simples instituição que enfia informação na cabeça dos adolescentes para que eles passem na prova.
Ser ministro da educação no contexto brasileiro não deve ser fácil. Ter boas idéias e ainda se preocupar com quais condições irá aplicá-las, é um trabalhão mental. Confesso que tirei o chapéu para essa iniciativa que não é a minha utopia, entretanto, é, indubitavelmente, o ideal visando o contexto.

Eu espero que, num futuro não muito distante, o Brasil possa ter jovens que pensem, ao invés de decorar. Apesar de que, com isso, perderia toda a graça de cutucar o ego dos encabrestados metidos-a-besta.

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

O enigma do ensino

Música do dia: Therion - O Fortuna

Há tempos fujo de questões políticas, sociais, econômicas, enfim, dessas problemáticas complicadíssimas que têm nível de complexidade veemente.
Acontece que quanto mais tento me esconder, mais elas me perseguem. Eu havia decidido parar de criar rugas por problemas deste tipo; me contentar em ser mais um que dá de ombros para essa "dor-de-cabeça" toda. Infelizmente, as coisas nem sempre são como queremos.
Tenho interesse nos assuntos mas encontrar métodos que solucionem esses problemas, é um desafio imenso que causa um desespero que é, muitas vezes, em vão.
Bom, irei assumir novamente a alcunha de "meio-termista" e tentarei dar pouca atenção a isso (meu envelhecimento precoce agradece) ao mesmo tempo que leio e me informo sobre.

Dias atrás, estava lendo a revista Veja da semana passada e me interessei por uma reportagem com um professor, CEO da Secretaria de Educação de Nova York, que falava sobre a reforma no ensino. Aliado a alguns poucos conhecimentos que possuía sobre o assunto dentro do Brasil, quis saber mais e andei lendo algumas coisas a respeito, com destaque à Lei 9493-96 decretada no governo FHC das diretrizes e bases da educação nacional e 40 páginas interessantíssimas sobre uma pesquisa feita pela professora e pedagoga Adelacyr Galassi, sobre a metodologia no magistério do ensino médio.
A educação sempre foi a base de grande parte dos problemas no mundo, a peça-chave para o desenvolvimento e evolução humana. Um tema que não preocupa a todos da maneira que merece, exatamente pela precariedade da mesma, isto é, a falta de preocupação de alguém com a educação deve-se pela falta da educação na pessoa.

Por que depois de quase 11 anos de lei vigente, não são cumpridos todos os parágrafos dos artigos com excelência? Bem, é sabido que isso acontece com muitas leis nacionais, de fato. Mas a educação deveria ser uma prioridade, responsável por grandes investimentos. Mas falarei do investimento mais tarde, agora falarei da nova educação.

Já citou Nadelstern, "temos uma escola de século XXI com cara do século XIX". Ele se direciona ao estudo público dos Estados Unidos mas a situação daqui está nos mesmos parâmetros, mas ainda pior por falta de incentivo do governo. A melhoria, segundo Nadelstern, tem base em vários aspectos, como por exemplo, a meritocracia - "Para fazer de uma escola um exemplo de excelência, é preciso dar incentivos concretos a quem trabalha nela, tal qual em qualquer empresa". Concordo. Prêmios aos melhores diretores, professores e alunos incentivariam o desempenho de todos. Prêmios em dinheiro mesmo.. competição! Isso é conceito fundamental da sociedade e ainda é visto como irregularidade dentro das áreas de ensino. Por que não preparar o aluno dentro da escola para uma realidade tão verdadeira?!
Substituição do ensino massivo e "decoreba", a qual denomino ensino quadrado, por aulas dinâmicas dadas por professores atualizados e firmes no que fazem.
Outro ideal é fragmentar os grandes colégios em mais colégios de terreno menor. Salas com menos alunos, escolas com menos alunos. O princípio de toda essa mudança é que, atualmente, os pais andam alheios ao que acontece dentro da escola, sua participação é cada vez menor. Há também o mal de ensinar para uma sala lotada que impossibilita uma atenção mais cautelosa a problemas particulares de cada aluno.
Em NY, o ensino antiqüado está sendo finalmente repensado para o aluno do futuro; não aquele que decore, mas aquele que entenda e interprete, aquele que seja capacitado para enfrentar desafios, que tenha sua própria opinião.

Agora vamos tratar do Brasil.
Preocupada com problemas como a evasão escolar, baixas notas, professores debilitados, além de todo o sistema educacional ultrapassado, Galassi realizou uma pesquisa entre alunos e professores do magistério do ensino médio, com objetivo de encontrar os problemas certos e estudar uma solução para os mesmos. Os alunos (que lecionarão futuramente) e os professores foram questionados com vários tipos de pergunta, e é coisa demais para eu escrever aqui.
O básico foram perguntas sobre o que está ruim e o que deveria melhorar. Para este tipo de pergunta, as respostas foram previsíveis e esclarecedoras.
No país, a quantidade de problemas em relação a isso é enorme. Vejamos o caso de um professor qualquer que leciona em várias escolas públicas. Devido ao baixo salário, ele é forçado a dar aulas em três ou quatro colégios, gasta quase todo seu tempo dando aulas e o que sobra, provavelmente gaste planejando as aulas do próximo dia. Para um profissional desses, fica difícil freqüentar cursos de reciclagem e aperfeiçoamento tanto pela falta de tempo quanto pela falta de dinheiro. Hoje em dia, ainda temos muitos professores com a cabeça fechada, que não ouvem o aluno, que não controlam a sala, que se limitam ao giz e ao quadro. E se alguma coisa precisa ser feita, tem de ser feita imediatamente.
Os alunos precisam de um professor amigo que ao mesmo tempo imponha respeito; alguém dinâmico e de mente aberta; que não desconte sua raiva nos alunos; que goste do que faz; que esteja sempre se reciclando, lendo sobre diversos assuntos e freqüentando cursos de capacitação profissional. E os professores precisam de incentivo, de opções; precisam de maior reconhecimento, maior salário. Mas não adianta chorar salário, fazer greve e se sentir injustiçado.
Implementar as idéias de um novo sistema educacional (que serão aplicadas em NY) no Brasil, é o prólogo do desenvolvimento. Não só por parte pública, mas também da privada. Os colégios particulares não fogem desses conceitos antigos de educação, talvez sejam ainda mais perigosos por terem mais conteúdo, por usarem de sistemas de ensino massificados, decorebas, que deixam o aluno alienado. É um verdadeiro fordismo em sala de aula.
Acredito que essa mudança possa começar em breve, pelo ensino privado. Basta a força de vontade dos grandes nomes, que tenham disposição em investir na educação, preocupação com o futuro do ensino mais do que com os lucros atuais. É uma mudança que demorará anos para se concretizar, o que é mais um motivo para se começar a agir imediatamente.
Quanto à rede pública, não tenho fé alguma. Governo investir em educação o tanto que deveria? Caindo de novo no ponto onde o poder precisa de um povo burro para continuar roubando. Uma massa burra é uma massa de fácil manobra.


Resumindo, o estereótipo de inteligente atual, não pode mais ser daquela pessoa que saiba fazer qualquer cálculo vetorial em trinta segundos, mas daquela pessoa que tenha conhecimento e habilidades para enfrentar qualquer tipo de situação, que saiba lidar com o novo. A escola nada mais é que um preparo para o mercado de trabalho, e é isso que o mercado de trabalho precisa. Não faz sentido que o mercado de trabalho evolua e a escola continue formando alienados.






Já na Inglaterra, o jornal The Sun culpa os videogames pelo baixo rendimento escolar. As atrações digitais serão sempre mais interessantes que os estudos aos adolescentes. Cabe aos responsáveis pela educação, criarem um jeito de diminuir essa discrepância. Não que façam os estudos ficarem mais interessantes que os videogames e celulares, mas que façam que, ao menos, fiquem interessantes, menos massivos.