quarta-feira, 9 de setembro de 2009

A cultura do individualismo


"Não tento ajudar mais ninguém". Isso é o que muita gente diria em meu lugar ou até, muito provavelmente, o que eu deveria tomar como certo daqui em diante. Citarei o fato ocorrido hoje de maneira discreta para depois me expressar.

Há algumas semanas, um colega de trabalho comentou que uma certa garota em um certo local de trabalho, comentou com ele que tinha dúvidas na instalação de um pacote de aplicativos no seu computador pessoal. Quando encontrei a tal garota, aconselhei-a sobre como deveria proceder e que, caso tivesse alguma dúvida, poderia me ligar. Algum tempo se passou e eu perguntei à ela se já tinha resolvido a questão e ela me disse que ainda não. Mais alguns dias se passaram e resolvi adicioná-la no msn para que, caso ela ainda tivesse dúvidas, pudéssemos fazer uma instalação remotamente. E aí começou o escândalo. Antes que eu me desse conta, até os eucaliptos da minha rua já sabiam que eu a havia adicionado no msn e cochichavam sobre isso. Eu, que sou a parte mais interessada e deveria saber com riqueza de detalhes o que REALMENTE incomodou a vítima, só sei o que sei através de comentários.
Antes de mais nada, acredito que isso seja um assunto privado e deva ser tratado como tal. Mas num país onde quem ficou com quem em uma festa é mais importante que o andamento da pavimentação das ruas ou o investimento em bens públicos, do que estou reclamando?! Aproveitando que virou interesse público, estou postando para exprimir minha indignação.

Isso me lembra uma vez quando meu amigo tentou ajudar um cego a atravessar a rua em plena João Candido no meio da tarde e o velho recusou abruptamente se remexendo e empurrando meu amigo. Ao terminar com sucesso a travessia, bateu a bengala bem perto da haste do orelhão, não percebendo-o e acabando por bater a cabeça no mesmo.

Eu venho de um lugar onde as pessoas ajudam e são ajudadas por prazer individual e sem interesses ocultos. Não, não sou de uma vila hippie e lá também existiam problemas, mas em menor escala, aparentemente. Eu não aguento a sensação de alguém perto de mim precisando de ajuda sendo que está dentro dos meus poderes, ajudá-la. Eu posso ajudar alguém que não consegue instalar um programa. O que me custaria além de alguns minutos?! Por outro lado, dentro do mesmo raciocínio, não posso solucionar a fome no mundo.

Desde que cheguei em Londrina, as únicas coisas que os londrinenses conseguiram me provar são a extrema desconfiança em relação ao próximo, o medo da própria sombra e a ignorância nas ações de ajudar e aceitar ajuda. É lógico que toda ajuda ou favor são pendentes de aprovação, logo, ninguém é ajudado sem permitir o mesmo. Encarando de uma maneira simples, o que houve hoje foi apenas uma recusa de ajuda, nada que precise de repercursão num raio de quarenta quilômetros. Mas, o que nunca conseguirei entender, é como isso pode ser tão interessante. Por que fatos mínimos da vida alheia são encarados com tanta atenção e explodem tanta falsa indignação?! Eu espero nunca ter essa visão torpe das coisas...

O irônico é andar no trânsito e observar adesivos em janelas de carros que dizem "Quer um mundo melhor? Seja gentil". Com as pessoas jogando pedras, provocando uma humilhação junto a uma multidão de estranhos desligados aos fatos à uma pessoa que se propões a uma ajuda, fica muito difícil se expor a gentilezas.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Gripe suína

Bem que eu tava desconfiado dessa baboseira toda. Vou pesquisar mais um pouco e, por enquanto, assistam isso:





Créditos ao Canal 100


sábado, 25 de abril de 2009

Proibido fumar

Muito tem-se dito a respeito da nova lei antifumo. Com 69 votos favoráveis e 18 contrários, a lei já foi aprovada pela Assembleia Legislativa de São Paulo e só está esperando a sanção do governador José Serra, o qual sabemos que não irá vetar já que é conhecido de outros carnavais por campanhas anti-fumo e é responsável pela proibição da propaganda de cigarro em meios de comunicação e pelas figurinhas que alegram as traseiras dos maços.


Pra quem está mais por fora do que quarto de empregada, precisa saber de alguns fatos importantes. O primeiro deles é que essa é uma lei estadual, portanto, se limita ao estado de São Paulo, entretanto, é simples imaginar que se os resultados da lei forem positivos, não tardará para que se torne lei federal. Tendo isso em mente, sendo você fumante ou não, é necessário que se atualize.

A LEI 577/2008:

"Fica proibido no território do Estado de São Paulo, em ambientes de uso coletivo, públicos ou privados, o consumo de cigarros, cigarrilhas, charutos ou de qualquer outro produto fumígeno, derivado ou não de tabaco."


O QUE SIGNIFICA?

Não será permitido o fumo de nada que saia fumaça (cigarro, narguilé, baseado) em lugares fechados ou parcialmente fechados, ou seja, nada de cigarrinho em bares, restaurantes, praças de alimentação ou em nada que tenha uma parede ou um teto para barrar a fumaça. Os lugares reservados a fumantes dentro de shoppings e estabelecimentos em geral serão extintos. Pra você não-fumante, chega de voltar da boate com o cabelo e a roupa fedendo a cigarro.


ONDE VOU FUMAR AGORA, PORRA?

O fumante ficou com duas opções fáceis, ou fuma no meio da rua (longe de toldos e coberturas), ou dentro de casa. Achou pouco?! Pela lei, poderá fumar dentro de cultos religiosos onde o fumo faça parte do ritual. Não duvido nada que logo aparecerão seitas em adoração ao tabaco como desculpa de um lugar a mais para fumar.


VOU FUMAR MESMO ASSIM, E DAÍ?!

O responsável pela fiscalização é o dono do establecimento onde você insistir em fumar. Se estiver num bar, o dono é que tem que tirar o cigarro da sua boca e, caso você desobedeça, ele poderá te retirar do local com a ajuda dos seguranças ou da polícia. Mesmo se você fumar na calçada, caso esteja debaixo do toldo da padaria, o português da padoca é que poderá ser multado. Você fumante pode pensar em desrespeitar a lei já que não será multado particularmente mas se eu fosse multado por você fumar em meu estabelecimento, não pensaria duas vezes para te acertar na esquina mais próxima (ainda mais que a multa varia de R$ 200,00 a 3 milhões), portanto, pense nisso.

Se o fumante for morador de prédio, não poderá fumar nas dependências do mesmo, a não ser que seja seu próprio apartamento (tomando cuidado para que a fumaça não escape para o corredor). Se desobedecer nesse caso, a multa poderá vir para o indivíduo, uma vez que os síndicos de condomínios de São Paulo já estão providenciando as medidas para que a multa seja repassada ao morador.



Esse a quem vos fala está na expectativa da extensão da lei para todo o território nacional. A maioria dos fumantes, no cume do egoísmo, sentem-se (ou dizem se sentirem) desrespeitados e clamam por liberdade, contudo, a sua liberdade só é justificada caso não atrapalhe outro indivíduo. Se o fumo fizesse mal somente ao fumante, seria mesmo um atentado à liberdade do cidadão, mas e quanto aos não-fumantes?! Há quem preze a própria saúde e esses não deveriam ser prejudicados pelas opções alheias, ainda mais tendo ciência de que a fumaça aspirada pelo passivo é muito mais nociva do que a tragada pelo ativo. O viciado em nicotina já não pensa mais tão racionalmente e vai viver resmungando que é um absurdo que ele não possa mais danificar o seu próprio pulmão e matar aos poucos todos os que o rodeiam, parece que é difícil para alguns entenderem. Desde que o homem decidiu que a vida em sociedade é mais vantajosa, gozamos das vantagens e direitos que temos por vivermos assim, mas a lei de equivalência diz que para tudo há um preço e se o cidadão quer usufruir dos bens da vida em sociedade, deve aprender a respeitar os outros como gostaria de ser respeitado. Se o preço estiver caro demais, abandone a sociedade e more numa floresta sobrevivendo de caça e pesca, abrigando-se numa oca ou caverna. As pessoas são diferentes e o mundo não é perfeito (e eu preciso repetir isso toda vez).


Nada como uma comparação para que as pessoas se vejam nos papéis das outras. Aí vai:

Se o fumo é seu prazer e a fumaça é o fruto de seu prazer. Então, a cerveja é meu prazer e minha urina é fruto do meu prazer. Ficaria contente se eu urinasse em você?!

segunda-feira, 30 de março de 2009

Dica aos leitores

Você, leitor que dá xilique se ofende com algum post feito pela minha pessoa, ficam aqui algumas dicas para quando quiser revidar.


UMA GRANDE DICA:
Em hipótese alguma irei me ofender com qualquer coisa que disser. Você pode xingar minha família, tentar diminuir minhas características e me dar adjetivos de qualquer natureza. Mesmo assim, a opinião é sua e não vou dizer que eu a respeito, é diferente disso. Eu simplesmente não me importo com sua raivinha e to cagando pra você.


Se quiser ser levado a sério (sim, eu levo alguém a sério):

1 - Mantenha a calma e reflita sobre o assunto antes de replicar;

2 – Reúna todos os seus argumentos contrários ou favoráveis e os disponha de maneira organizada para eu entender o que pensa. Você pode ter até uma idéia discutível, mas se não souber como se expressar, é o mesmo que piscar o olho para uma garota no escuro;

3 – Se mesmo sabendo que eu não vou franzir meu cenho nem um milímetro por conta dos seus adjetivos, quiser ainda descontar sua raiva em palavras contra mim, por favor, escreva de acordo com as regras gramaticais, sintáticas e ortográficas (pelo menos, se esforce) ou eu nem terminarei de ler.

Por enquanto é só. Caso eu lembre de mais alguma coisa, atualizo esse mesmo post.

terça-feira, 24 de março de 2009

MEC propõe troca de modelo arcaico do vestibular

Depois de comprar briga com fanzinhos de Harry Potter, Crepúsculo e outros livros pra boi dormir; ser desafiado para um incrível desafio de taiko (porque eu NUNCA conseguiria tocar um desses, claro) e aporrinhado por n outras razões, dessa vez, o calo foi dos calouros (péssimo trocadilho).


Na minha longa experiência em ouvir piti de gente ofendida, percebi que seguem padrões de resposta às minhas críticas. Uns descontrolados xingam até a minha décima-sétima geração; outros tentam, inconscientemente, seguir a filosofia do "seja superior", porém fracassam com suas péssimas tentativas de ironia que não passam de um "você é bom mesmo, hein?!". Mas a maioria delas me desafia a algo. Os leitores da J.K. Rola me mandam escrever melhor que ela, os taiko-shiitas me mandam tocar como eles e, agora, os calouros me mandam ser xarope passar no vestibular "bom" como eles. Que fique um recado para vocês, crianças de entendimento limitado: eu sou um crítico. Ui, isso realmente soa arrogante, mas, deixando isso de lado, quero que usem o tico-e-teco de vocês. Um crítico se depara com um assunto, forma sua opinião, estuda o assunto e aperfeiçoa sua opinião. É isso que eu faço. Eu não posto aqui, nada que eu não tenha lido muito a respeito e já conheça o suficiete para tacar pedrinhas.
Se eu reclamar que minha patente tem um formato desconfortável, irão me dizer "faça patentes melhores, seu ridículo!". Se eu reclamar que meu Xbox 360 esquenta rápido demais ou que o Windows Vista é pior que um CD do Wando, irão me dizer "seja tão bom quanto o Bill Gates para ter a empresa mais rica do mundo e depois diga alguma coisa, miserável!". As coisas não são tão simples, amiguinhos (e o mundo não é perfeito, dãaan). Tendo um conhecimento contextualizado teórico, posso fazer uma crítica. Se não fosse assim, aceitaria tudo de mão-beijada! E ainda, se não fosse assim, se todos criticassem apenas o que sabem FAZER, para que existiria um crítico?! Para denunciarem outros críticos que estão criticando críticas de maneira errada?! Isso não faz o menor sentido, pessoal... Pensem a respeito.

Existem assuntos pelos quais eu me interesso e, sendo assim, tento compreendê-los e estudá-los pois, com interesse, é bem mais fácil. Cinema, música, literatura, mitologia, religião, tecnologia eletrônica e educação são tópicos pelos quais sou apaixonado há um longo tempo. Eu não postaria nada (pelo menos nos dias atuais) a respeito de economia de mercado, por exemplo. Acho fascinante, mas não entendo porra nenhuma. O que quero dizer é que tenho uma certa experiência com música para falar de dificuldade de instrumentos e por aí vai. Mas não precisa ser um grande gênio para falar de vestibulares e educação nacional. Na real, até um belo leigo tem idéia de a que pé anda a educação e assuntos relacionados no país. Isso é senso comum. O problema está em quem não quer aceitar que não é tão bom assim. O pessoal que passa no bom e velho (bem velho) vestibular, depois de sofrer uma chuva de queridismo dos amigos que dizem que ele é realmente inteligente e merecia aquilo. Isso é um adicional para que o cidadão suba no topo do mundo e diga "eu posso!". Desmerecer o seu feito, jogando tristes fatos sobre o precário modelo de prova, é briga na certa. A grande maioria foi induzida a se sentir superior e pretende ficar com o ego intocável. Somos seres humanos e vivemos num planeta em comum, portanto, devemos comparar nossa "superioridade" com os outros, num todo. É claro que numa comparação nacional, passar nesse vestibular decoreba é um belo feito. Mas queremos ficar presos a isso?! A sermos melhor que o traficante do morro e que o bandido do semáforo enquanto não fazemos nada para que essa situação deixe de existir?! Não queremos evoluir para sermos tão bom quanto os japoneses ou os finlandeses?! Sinto muito, não sou assim. E se é difícil entender meus argumentos, se é mais fácil dizer que estou com inveja disso que chamam de mérito, discutam com o ministro da educação, Fernando Haddad que, dois dias após meu post sobre vestibulares antiquados, declarou que irá propor um novo modelo aos mesmos, citando ainda, colocações familiares a quem leu meu post. A matéria completa DEVE ser lida! E está aqui:



O ministro explorou um ponto pelo qual passei longe. Tendo em vista que o ensino médio é voltado ao vestibular, sempre pensei na reestruturação do sistema para aperfeiçoar a prova-filtro, entretanto, o ministro pensa em mudar o vestibular para que o ensino médio melhore e que algumas escolas boas voltem a ser boas e não uma simples instituição que enfia informação na cabeça dos adolescentes para que eles passem na prova.
Ser ministro da educação no contexto brasileiro não deve ser fácil. Ter boas idéias e ainda se preocupar com quais condições irá aplicá-las, é um trabalhão mental. Confesso que tirei o chapéu para essa iniciativa que não é a minha utopia, entretanto, é, indubitavelmente, o ideal visando o contexto.

Eu espero que, num futuro não muito distante, o Brasil possa ter jovens que pensem, ao invés de decorar. Apesar de que, com isso, perderia toda a graça de cutucar o ego dos encabrestados metidos-a-besta.

terça-feira, 10 de março de 2009

Ensino Superior é ser superior.

Esse começo de ano é só folia. Todo mundo sabe que o Brasil só começa a funcionar depois do Carnaval (e olhe lá!). Longas ressacas do reveillon, preparações e as festas de Carnaval e, por último mas não menos importante, a volta às aulas (para quem estuda, claro). Todos os anos, milhares de jovens passam pelo sufoco do vestibular, atenuados pela grande maioria que vê a prova como um monstro e faz questão de difundir o mito. Se dividem entre os que enlouquecem de tanto estudar e os que não têm muita paciência para ler livros didáticos. Me encaixo na segunda opção.
Começou 2008 e eu disse a mim mesmo que me dedicaria aos estudos mas foi pura ladainha. Quando ainda estava na empolgação de devorar livros, no primeiro semestre, fui sufocado pelas baboseiras desconexas de meu antigo colégio Sesi, como a criação de uma padaria. Assim que tive a oportunidade ideal, com corpo docente qualificado e sem padarias, era tarde... Mas talvez não fosse tarde demais, o que é difícil julgar já que fui preguiçoso mesmo.
Dos dez livros da lista da UEL, li apenas um que, fatidicamente, não apareceu em nenhuma questão da segunda fase. Esse foi, definitivamente, meu tropeço. Errei quase todas as questões de literatura pois não sabia nem do que se tratavam os livros e as perguntas eram completamente estranhas para mim. Isso tudo aliado a um cara ruim de chute, dá nisso. É bom frisar que eu discordo que os pontos de língua estrangeira sejam vergonhosamente inferiores aos de literatura nacional/portuguesa. Não enxergo um ambiente onde saber quem foi Machado de Assis seja mais valioso que uma comunicação fluente em inglês. Enfim, isso tudo faz parte da velha besteira de achar que o Brasil tem alguma cultura da qual se orgulhar. Até a literatura (e diria, PRINCIPALMENTE a literatura) é cópia descarada e mal-feita da literatura estrangeira. Assim como quase todo o resto que temos para nos orgulhar, inclusive a farsa do sentimento patriótico que, só vem à tona, convenientemente nos anos de Copa do Mundo.


A minha enorme paixão pelo ensino e como ele é ensinado (englobando todas as minhas curiosidades pela neuro-ciência e desenvolvimento humano ligado a índices de educação) não me deixa quieto sabendo que o modelo de nossos vestibulares não passa de uma maquiagem para uma forma de ensino já ultrapassada há mais de cem anos pelos europeus (e olha que eu nem vou falar do Enem). Um modelo que só valoriza um tipo de aluno: aquele que tem boa memória. Devore livros, leia-os todos e tenha uma boa capacidade de armazenamento mental e não terá erro na grande maioria dos vestibulares do país. Há anos eu percebi que o raciocínio é muito mais valioso que o simples saber e, há não tanto tempo, eu descobri que isso é óbvio e já descobriram isso antes de mim (der!).
Sabido que os reitores e mestres do ensino têm ciência de tal fato, justifico o que quis dizer com "maquiagem". Como implementariam um modelo de vestibular onde o valor fosse dado àqueles que realmente pensam, valorizando o esquenta-cuca; o raciocínio, se o sistema básico de ensino é um esgoto a céu aberto?! Desde nossa infância, nos enfiam coisas para estudar e decorar e decoramos para as provas e vamos arrastando assim até o vestibular que, tcha-ram, fazemos a mesma decoreba novamente. Não preciso alongar muito a discussão pois, quem raciocina, já sabe o final dessa linha de pensamento: a falta de investimento na área de educação. Certamente, não seria barato mudar o conveniente (e preguiçoso) sistema de educação massificado baseado no decoreba para um que exigisse que o aluno fosse além do cópia-e-cola e estivesse preparado para questões-desafio de raciocínio e lógica. E ainda saem índices "espantosos" de como os brasileiros têm pouquíssimo interesse pelas áreas exatas. Simples, né?! A molecada corre de tudo que exige um pouquinho da força do intelecto e cai dentro do que precisa simplesmente memorizar.

Diante disso, percebemos o quanto o ser humano é podre. Se você é podre, tem que achar alguém mais podre para poder se sentir melhor, e é assim que funciona. Já não aguento mais a apodridão de orgulho de n calouros da UEL que estão no topo-das-tamancas simplesmente porque foram selecionados no já discutido modelo tosco de seleção. Os podres das faculdades federais pisam no orgulho dos podres de universidades estaduais que, por sua vez, precisam provar que não são os piores de todos, chacoteando os estudantes de universidades particulares. Passar em um vestibular de conceito alto só prova uma coisa: tens boa memória. Esse pessoal precisa ler mais, estudar mais, pensar mais e decorar menos. A maioria passou no vestibular e já se acham grandes o suficiente para estacionar os assuntos intelectuais que não têm relação com a faculdade. Triste.

É... esse começo de ano é assim mesmo. Gente se orgulhando por pouca merda, congratulações esbanjadas por tradição e não por mérito, moleques de cabeças raspadas com tinta na testa, meninas esfregando as bucetas nos veteranos em cervejadas e por aí vai. Pois é, Lula, parece que a crise realmente não mudou muito o cenário nacional.



Observação aos comuns leitores de raciocínio desavantajado: A última frase do post, assim como o título do post e algumas frases dentro do blog, são ironias ou piadinhas bem mal-feitas que não devem ser levadas ao pé da letra.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Kinka

Eu achava que era o terceiro mas era o DÉCIMO QUARTO ano desse evento. Será que eles não passaram por nenhum tipo de evolução, ou talvez tenham regredido porque o Grupo Sansey foi tomado por moleques?!

A idéia inicial do Grupo Sansey (ou o que tentam nos fazer acreditar) se baseava em difundir os elementos da cultura japonesa entre os cidadãos de Londrina, em suma, os jovens. Muito legal! No começo, era um bando de japoneses velhos e poucos jovens tentando levar esse projeto à frente, vinte anos atrás. Sucesso ele faz, mas existem pontos irritantes que não podem deixar de ser observados, por exemplo, o que antes era, notoriamente, pra ser uma fusão entre os elementos nipônicos e brasileiros, se perdeu. Sim, e deve-se ao fato de que existem tantos japoneses nessa cidade, que a grande maioria deles só se relaciona com outros japoneses! Quando digo japoneses, me refiro aos descedentes, basta ter olho puxado para fazer parte da máfia social japonesa de Londrina. Onde foi parar toda aquela coisa de mistura?! Eu ando em grupos onde, geralmente, sou o único não-descendente, mas isso é porque a estatística deve ser de um não-descendente para cada vinte descendentes por aqui. O que eu desprezo é a maneira como os brasileiros, apenas por terem uma descendência (mesmo que longínqua) japonesa, fecham seu meio social só com outros malucos desse tipo. Espantoso é ver a frequência com a qual os japas só mantem com japas, as relações mais próximas de amizade e afeto amoroso. Isso sim é a mais decepcionate forma de racismo. E um racismo que o pessoal abaixa a cabeça e acha que tá tudo bem. Sou racista por chamar um preto de preto, mas não sou racista se só me relaciono socialmente com não-descendentes por educação?! Mais odioso é ver o bando de otakus que têm sua árvore genealógica a milhões de quilômetros do leste asiático e que, além de abaixar a cabeça a esse racismo, ainda adere. Porra! O pessoal tá negando a própria essência! Menininha-otaku que só fica com japonês?! Vá pra puta que te pariu! A maioria delas vem com o argumento pronto de que gosta da cultura e lalala. Gosta o caralho! Gosta mesmo é dessa modinha que virou o Japão no Brasil. E as culturas das outras centenas de povos espalhados pelo globo?! São desprezíveis os japoneses racistas que só se aproximam de outros japoneses, mas são muito mais nojentos aqueles que sequer tem marquinha do Japão e fazem a mesma merda! É repugnante alguém que menospreza a própria natureza para aderir à outra, e alimentar esse racismo veemente.

Sou do tipo que apóia toda manisfestação cultural (desde que tenha alguma coisa de cultura de verdade). Acharia foda eventos como esse, mas eles não passam de baboseira disfarçada de cultura. A falta de incentivo para que melhorem esses eventos é culpa exclusiva do público sem o menor raciocínio crítico. Um puta país com uma puta cultura está putamente mal-aproveitado aqui, onde tem japonês brotando do solo.
Ja disse em outro post, e vou reclamar disso de novo: CHEGA DE TAIKO! Ta ok, faz parte da cultura e blablabla. Mas só isso?! Até uma samambaia consegue tocar taiko, e eles se aproveitam desse fato para enfiarem duzentos zé-ninguém tocando esse instrumento de percussão e jogarem um playback de frame rate duvidoso com instrumentos que necessitam de mais neurônios para serem tocados, como os eruditas culturais japoneses, shukuhashi, shamisen e koto. Até hoje não vi NENHUM maldito que toque um instrumento tecnicamente difícil nesse Sansey. No Kinka, teve uma apresentação com dança e taiko, onde colocaram tocadores de taiko (taikokas?!) em cima e embaixo do palco. Resultado: um som extraordinário e esplendoroso. Entretanto, para acompanhar a frequência sonora emitida pela grande quantidade de bumbos, aumentaram em equivalência o playback que rangia um violino. Som digital de um ou dois violinos (instumento de cordas friccionadas, com timbre naturalmente agudo) contra o som real de uns vinte taikos (percussão, isso basta). Ah! Era ensurdecedor! Onde será que está o problema desse pessoal? Faltaram as aulas de física, de música ou de bom-senso?!


Fiquei misteriosamente pensando durante o evento: tem alguém que sabe REALMENTE no que se baseia a música dentro do Sansey? É fato que ninguém exige nada de ninguém lá dentro. Distribuo balas de hortelã para toda a comunidade japonesa se algum dos moleques que se apresentaram fez um ano sequer de aula de canto. A berreira dos japas boy-band era incrivelmente amarga. Não conseguiam equilibrar a respiração com a voz, por estarem se mexendo muito. Claro! Se a pessoa não aprendeu o mínimo da técnica de respiração numa aula de canto, NÃO VAI CANTAR BEM, muito menos em movimento. Não canso de dizer que a voz é o instrumento mais difícil de se dominar. A maioria das pessoas se enganam achando que basta saber falar para se saber cantar. Alia-se ao queridismo que devem passar esse monte de japoneses ao receberem inúmeros elogios falsos de gente idiota que acha que está fazendo bem ao dizer que aqueles infelizes cantam alguma merda. Certeza que se enchem de um orgulho sem mérito porque o que não vai faltar é gente pra dizer que cantam bem e puxar o saco dos japinhas bonitinhos. Parem de ser idiotas, todos vocês! O que é ruim, tem que ser bom! Se não quiserem melhorar, pelo menos aceitem que está ruim e não continuem com essa merda toda. O problema-mor é que está tudo uma merda e ninguém tem a coragem de dizer, fica esse chove-e-não-molha onde a pagação de pau, cria uma geração de medíocres que se convencem que são bons.

Talvez isso tudo gire em torno da observação que minha amiga fez enquanto comíamos: "se não forem eles, quem é que vai fazer?" Bom, eu desacredito que gire em torno disso, mas entendo que diminuiria radicalmente o número de pessoas no Sansey, caso aquilo fosse uma coisa séria. Botem um músico para ensinar técnica vocal para essa molecada, e um músico rígido! Chega de achar que ta tudo bem, invistam! Achem um indivíduo que entenda de coreografia; um sonoplasta; um erudita japonês! Aí sim, mais da metade dos zé-ninguém que só sabem bater no tambor e berrar ondas sonoras disformes, sairão de lá e darão espaço àqueles que querem alavancar a coisa, que querem um nível para aquilo. Quantidade não é qualidade!

Não é mais válido o argumento de que eu só reclamo. Até mesmo o apresentador do Kinka disse esse ano: "Não precisa saber cantar para entrar no Sansey". Jogam porcaria na minha cara, deixam isso claro e eu olho para o lado e vejo que tem gente se derretendo com toda essa mediocridade. Deplorável.
Enquanto continuarmos engolindo a merda que jogam nas nossas gargantas, será merda que continuarão a jogar.