O tempo passou e quando me dei conta, faltavam duas semanas para a entrega do trabalho. Adiantei as coisas no computador, deixando as medidas da maquete de lado. Achei que seria fácil, mas não foi. Arquitetos têm um trabalhão e medir cada coisinha é um passatempo tedioso e demorado. A maquete virtual estava perfeita, expressava quase que com prefeição a idéia que quis passar de meu modelo de padaria, logo, uma maquete física seria irrelevante. Irrelevante, mas era necessária. Ontem, ficamos o dia todo medindo, cortando e colando coisas e o resultado não foi dos melhores porque maquete
Meus estudos caíram em vão e minha nota foi baixa injustamente. Ainda acho que o que vale mais é a idéia. Pareceu que se eu fizesse uma pirâmide de ponta-cabeça com uma padaria dentro e profissionalmente construída, provavelmente, teria nota mais alta, mesmo que isso seja absurdo num plano real. Mas ainda há a hipótese de que minha equipe seja "marcada" pelo colégio.
Sabendo que eu ficaria estressado, levei umas garrafas de Heineken na bolsa para me acalmar depois, mas elas só me deram mais problemas e deve-se imaginar o porquê depois de se saber que descobriram as garrafas em minha bolsa. A equipe foi para a direção.
Mesmo tendo todas as respostas ásperas e precisas na ponta da língua, orgulhei-me de minha atitude sábia: me calei quando precisei ouvir sermão padronizado. Sim, atitude sábia porque argumentar não resolve, só prolonga o assunto a extende a padronização de bronca massante. Após toda a baboseira clichê, as comparações estúpidas com elementos que levam drogas no colégio e a tortura de saber que estão construindo uma imagem borrada de mim (se bem que não me importo com a opinião deles), fiquei a sós com a diretora para ouvir a uma grande merda. Ressalto que foi muito difícil ter que não me defender de uma clara insinuação de que sou má-companhia e do julgamento que me colocava como um adolescente idiota qualquer (talvez do tipo que estejam acostumados a lidar) que começou a beber agora, não sabe se controlar e ainda leva os colegas junto. Veja bem, voltei a beber há muito pouco tempo e por motivos que não interessam a ninguém, mas voltei porque cerveja, em especial, me acalma.
Me subestimam.
Bem, a grande merda foi que algum FILHO DE BISCATE foi relinchar contra mim, pseudo-argumentando que eu não deveria usar minha bandana na cabeça, uma vez que o mesmo não podia usar boné. BURRICE! PREGUIÇA! Minha bandana serve para prender meu cabelo e impedir que ele voe na minha cara com o vento do maldito ventilador (aquele que mais atrapalha que ajuda) enquanto bonés não servem para nada e são proibidos pelas normas internas. Não uso bandana porque fica legal ou por qualquer outro motivo estético porque eu não me importo quase nada com essa bobagem estética, principalmente dentro do colégio, tanto é que acho que sou o único que não reclama do uniforme pois sou indiferente à sua feiura. Voltando ao assunto, alguma panelinha ou algum chupador-de-pintos foi muito homem para se derreter para a diretora, ao invés de resolver seus incômodos com a fonte que sou eu.
É curioso como a capacidade de me encarar e tentar resolver os problemas como uma pessoa racional é nula. O eqüino balbuciou algumas palavras fétidas e, incrivelmente (ou não), teve persuasão sobre uma administração supostamente séria.
Não irei parar de usar bandana e se o incomodado se sentir cutucado, encare a mim, e não a defensora das falsas vítimas.
Desorganização fede.
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