Há alguns anos atrás, recuperação era uma palavra que não fazia parte de meu cotidiano. Até a oitava série, costumava ser o primeiro da sala. Aquele que tinha a redação escolhida, que era elogiado pelos professores, que, a partir da sétima, pecava um pouco em comportamento mas não deixava que isso influenciasse em suas notas altas.

O corpo docente do SESI, enfatizava a capacidade daqueles que saíam de lá e passavam no vestibulinho de ensino médio na ETE (outra foto). Naquela época, o SESI só tinha ensino fundamental, portanto, tinham que ter um colégio para indicar pós-sesi. Faziam uma hipnose desde a sétima, para que o objetivo de todos fosse passar na ETE, que é um colégio técnico que dá aulas de ensino médio, entre outros cursos. Três salas, uma para cada ano, 40 vagas em um vestibulinho com cerca de 1000 inscritos.
Eu teria ido para qualquer outro colégio particular,

Fiz sem nervosismo ou preocupação, fiz rápido e um tanto quanto despreocupado o tal vestibulinho. Passei em 16°, pelo que me lembro. Fiquei feliz mas eu sempre soube que tinha capacidade para passar em um lugar acima disso. Amigos reunidos, da minha sala da oitava muita gente passou e foi uma alegria no começo.
Greve. Após uns dois meses ou menos de aula, professores entrarem em greve. Alguns aderiram, alguns não. Aulas fragmentadas, horário confuso e íamos ao colégio para ter uma ou duas aulas e no intervalos das mesmas, íamos andar pelo centro ou vagabundear na Wizard. Isso acabou com o Bruno estudioso. Peguei gosto pela folga, esqueci como era estudar e fui "emburrecendo" com o passar do tempo. Quando percebi, parei de ir ao colégio para reprovar por falta e foi o que houve. Um ano perdido mas foi melhor ter agido assim do que ter passado sem ter aprendido um conteúdo sequer.
Ano seguinte: mudei-me para Londrina e comecei vida nova. Primeiro ano outra vez, e dessa vez fui bem e com notas altas.
No segundo ano comecei a trabalhar em período integral e estudar à noite. Novamente sentindo meus estudos se despedaçarem porque todos sabem como é horrível o ensino noturno do Vicente Rijo. Parei de trabalhar depois das férias de julho e fui pro período da manhã, onde cheguei completamente despreparado e sem livros. Reprovei mais uma vez.
Este ano, segundo ano novamente. Depois de muito tempo, colégio particular novamente e, dessa vez, não achava que ficaria mais em recuperação. As poucas matérias que fui mal nos primeiros bimestres, eram explicadas pelo fato de que eu estava desacostumado a estudar e ainda mais com média bimestral de 70 pontos.
Hoje descobrimos que todos os alunos ficaram de recuperação. E em mais de metade das disciplinas. Isso quer dizer que 100% dos alunos relaxaram? Não. Definitivamente, quer dizer que algo está errado no critério avaliativo.
Encerramento das apresentações dos trabalhos finais foi hoje. Nota do trabalho: 20.
Bimestre passado, algumas equipes tiraram nota máxima com trabalhos muito menos detalhados que os desse bimestre. Pelo que observei, o nível das apresentaçãos subiu. Não muito, mas subiu. Mas o que subiu gradativamente, foi a avaliação desses trabalhos, a exigência dos juízes. Ninguém tirou nota máxima nem com trabalhos melhores que do bimestre passado. Óbviamente tenho minhas teorias a respeito dessa mudança repentina, mas calo-me uma vez que sei que isso pode se tornar "atritante" ao ser escrito aqui.
Mas ninguém deixou claro que o critério avaliativo dos trabalhos finais desse bimestre, seriam muito mais implicantes, logo, todos os alunos saíram no prejuízo.
Eu escreveria um post com o dobro deste se eu fosse um tolo. Pela atitude de hoje, não só por isso mas principalmente por isso, aquieto-me no meu canto e encerro o meu post por aqui. Postando apenas para matar a vontade de escrever algo num dia incomum como hoje. O que eu sinto a respeito, devem imaginar.
E estudemos para a recuperação paralela, amigos!